Moscovo acusa EUA de ameaçar "estabilidade mundial"

Os Estados Unidos sancionaram pela primeira vez um governo estrangeiro pela aquisição de material de defesa à Rússia. A guerra comercial sino-americana está declarada.

Presidente russo Vladimir Putine e o seu ministro da Defesa. Mladen ANTONOV / AFP

Washington aplicou ontem a primeira sanção a uma entidade estrangeira por comprar armas russas, neste caso uma unidade do exército chinês comprou caças e mísseis terra-ar.

Moscovo alertou que se trata de uma medida que ameaça a estabilidade mundial e acusou os Estados unidos de brincar com fogo.

"Brincar com o fogo é estúpido, pois pode tornar-se perigoso", avisou o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros. "Seria bom lembrarem-se de uma noção como a estabilidade mundial, que fazem abanar de uma forma irreflectida", denunciou Sergueï Riabkov.

"Este gesto dos Estados Unidos viola gravemente os princípios fundamentais das relações internacionais e fere seriamente as relações entre os dois países e os seus exércitos", declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, não se conteve. Pequim exige uma retratação norte-americana para não sofrer "consequências".

As sanções norte-americanas vão abranger 33 novas pessoas e entidades russas. Estas não só não podem exportar produtos para os EUA, como podem ver embargadas propriedades que detenham em território norte-americano.

Segundo Arnaldo Gonçalves, especialista de Relações Internacionais em Macau, estas sanções os Estados Unidos criam uma grande desvantagem porque a Rússia e China não tem nenhum mercado alternativo a Washington.

"Os Estados Unidos da América (EUA) sob presidência do Bush têm uma visão unilateralista e solitária da posição dos EUA no campo internacional e têm uma visão proteccionista relativamente ao comércio mundial", afirma Arnaldo Gonçalves.

Para o académico, os EUA são a potência mais forte porque os outros países exportam para os EUA.

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Arnaldo Gonçalves, especialista de Relações Internacionais em Macau