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Itália/Bruxelas

Braço-de-ferro entre Bruxelas e Itália

A Comissão Europeia chumbou o plano orçamental de Itália para o próximo ano, um “chumbo” inédito na história da União Europeia. Matteo Salvini, líder da extrema-direita italiana e ministro do Interior, respondeu que o governo de Roma vai manter o Orçamento do Estado para 2019 mesmo que a Comissão Europeia “mande 12 cartas”.

Sede da Comissão Europeia, Bruxelas.
Sede da Comissão Europeia, Bruxelas. REUTERS/Francois Lenoir
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Bruxelas já tinha pedido clarificações ao governo italiano numa carta que foi entregue em mão pelo comissário Pierre Moscovici em Roma. A missiva também tinha sido enviada a Portugal, Bélgica, Eslovénia, Espanha e França, mas o teor da carta dirigida ao executivo italiano denunciava uma derrapagem orçamental “sem precedentes na história do Pacto de Estabilidade e Crescimento”.

Na segunda-feira, Roma respondeu à Comissão Europeia e explicou que a proposta de orçamento ficaria inalterada, apesar de “não estar em linha com as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento”, algo que foi uma “decisão difícil, mas necessária, à luz do persistente atraso na recuperação económica”.

Para 2019, a Itália prevê um défice de 2,4% do PIB, uma dívida de 130% e um crescimento de 1,5%, mas os números preocupam a Comissão Europeia que vê as previsões sobre o crescimento como demasiado optimistas, o que pode provocar o “risco” de aumento do défice.

Para Miguel Alegre, mestrando em assuntos europeus em Sciences-Po, em Paris, trata-se de "um braço-de-ferro entre a Comissão e o governo italiano e não se augura nada de bom". Ainda assim, não deverá haver um “risco de contágio alarmante” a Portugal, Espanha ou Grécia.

Miguel Alegre notou que “mesmo um governo que se diz quase populista, como o governo austríaco, já veio dizer que não apoia esta irresponsabilidade fiscal do governo italiano”.

Oiça aqui a análise.

02:44

A análise de Miguel Alegre

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