Crise entre a Rússia e a Ucrânia é uma verdadeira ameaça ?
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu hoje aos países da NATO - e muito particularmente à Alemanha - o envio de navios de guerra para o Mar de Azov.Entretanto, a Rússia anunciou hoje o reforço das baterias anti-aéreas já existentes na Crimeia, com o envio "muito brevemente”, duma bateria de mísseis anti-aéreos S-400.
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A tensão entre a Rússia e a Ucrânia continua a aumentar, desde o incidente entre a Guarda Costeira russa e navios ucranianos, no Domingo passado, no Mar Negro. A Rússia classificou o incidente como uma “provocação” , enquanto a Ucrânia denunciou um "acto de agressão", e pediu a libertação de seus fuzileiros e o regresso dos seus navios.
Hoje, o Presidente ucraniano pediu a ajuda da NATO. "A Alemanha é um dos nossos aliados mais próximos, e esperamos que os países da NATO estejam dispostos a enviar navios para o Mar de Azov para ajudar a Ucrânia e garantir a segurança" na região, declarou Poroshenko ao jornal alemão Bild.
Mesma tónica, do Embaixador da Ucrânia em Paris, Oleg Shamshur, que - em entrevista concedida à RFI, apela os países amigos a enviar forças navais para o Mar Negro.
"As palavras, agora, já não chegam. É preciso ir mais longe, e nesse caso, é preciso aumentar as sanções. E é preciso também empregar os meios de dissuasão, com a Marinha de guerra. Por isso, convidamos os nossos parceiros que dispõem desses meios, a enviar navios de guerra para o Mar Negro, para dissuadir a Rússia de efectuar acções agressivas.Nós pensamos que a possibilidade de invasão terrestre continua a ser possível, sobretudo para criar uma ponte terrestre para a Crimeia."
Oiça aqui a intervenção do Embaixador da Ucrânia em Paris, Oleg Shamshur, com dobragem de Vitor Matias :
Oleg Shamshur, Embaixador da Ucrânica em Paris
De referir que a polémica ponte unindo a Rússia à Crimeia, foi inaugurada no passado mês de Maio, facilitando assim as ligações terrestres.
Desde ontem, a Ucrânia instaurou a lei marcial em regiões fronteiriças e do litoral, durante 30 dias. E por seu turno, a Rússia anunciou o reforço das baterias anti-aéreas já existentes na Crimeia, com o envio "muito brevemente” duma bateria de mísseis anti-aéreos S-400.
A União Europeia manifesta preocupação quanto a esta situação. "Estamos consternados com o uso excessivo da força pela Rússia que, num contexto de crescente militarização na região, é inaceitável", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, num comunicado representando os 28 países a União Europeia.
Quanto ao Fundo Monetário Internacional ( FMI), deverá ter uma reunião na primeira quinzena de Dezembro, para aprovar um programa de ajuda à Ucrânia, anunciou a Directora deste organismo, a francesa Christine Lagarde.
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