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China

Sonda espacial chinesa no lado oculto da Lua

Sonda espacial chinesa Chang'e 4 pousou no lado oculto da Lua, culminar de uma façanha técnica, científica e política destinada a observar a radioastronomia, estudar a composição mineral, o relevo e a manta da superfície lunar e testar o crescimento de plantas.

Primeira imagem enviada pela sonda chinesa Chang'e-4 do lado oculto da lua
Primeira imagem enviada pela sonda chinesa Chang'e-4 do lado oculto da lua Fuente: Twitter/@CGTNOfficial.
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A sonda espacial Chang'e 4 - nome da deusa da Lua na mitologia chinesa - "alunou" ou pousou esta madrugada e pela primeira vez no lado oculto da lua, mais precisamente na cratera Von Karman, na bacia de Atiken situada no pólo lunar sul, que tem 24 kms de largura e 13 kms de profundidade.

A sonda foi lançada dia 8 de dezembro pelo foguete Long March 3B a partir do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan.

As comunicações com a terra são possíveis através do satélite Queqiao, posto em órbita em maio de 2018 e que funciona como um retransmissor de informações entre os centros de controle na terra e Chang'e 4, que esta madrugada enviou a fotografia da alunagem.

A nave tem um módulo e um "rover" - veículo de exploração espacial - e vai estudar a composição mineral, o terreno, relevo e a manta da superfície lunar, ou seja a camada abaixo da superfície, mas também testar o crescimento de plantas e realizar observações astronómicas por meio de baixas frequências de rádio, a chamada radioastronomia.

O lado oculto da lua não sofre as interferências dos sinais de rádio vindos da terrra e esta sonda pode assim preencher as lacunas de observação de baixas frequências e fornecer informações importantes para estudar a origem e evolução das estrelas.

A noite lunar dura 14 dias terrestres e as temperaturas podem atingir menos 173° centígrados, enquanto no dia lunar, que dura também 14 dias terrestres, as temperaturas podem atingir 127°C.

Esta "alunagem" reflecte a ambição da China de rivalizar com os Estados Unidos, Rússia e Europa no espaço e sobretudo solificicar  a posição da China como uma potência regional e global, como afirmou em 2013 o Presidente Xi Jingping "o sonho do espaço é parte do sonho de tornar a China mais forte".

O objectivo do programa Change, que começou com o lançamento de uma primeira sonda orbital em 2007, é enviar ainda este ano à lua a sonda Chang'e 5 e trazê-la de volta com amostras - algo que apenas foi feito pela missão soviética em 1976 - e enviar um veículo de exploração a Marte em 2020.  

De acordo com a agência espacial norte-americana NASA a parte oculta da lua foi observada pela primeira vez em 1959, pela nave soviética Luna 3 que enviou as primeiras imagens, enquanto em 1962 os Estados Unidos tentaram enviar uma missão não tripulada que falhou.

A pirmeira tentativa chinesa de entrar na corrida espacial ocorreu no final dos anos 1950 em resposta ao lançamento do Sputnik 1 soviético, o primeiro satélite em órbita.

Até agora a China, que investe milhões e milhões no seu programa espacial, pilotado pelo exército, colocou duas estações em órbita e efectuou cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a última em 2013, tendo enviado para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).

Em novembro passado Pequim desvendou uma réplica da sua primeira estação espacial "Palácio Celeste", que deverá estar operacional em 2022, de forma a suceder à Estação Espacial Internacional ou ISS na sigla inglesa, um consórcio em torno dos Estados Unidos, Rússia, Europa, Japão e Canadá, que deverá desaparecer em 2024.

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