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Venezuela

Venezuela: opositor Juan Guaidó auto-proclamado Presidente

Juan Guaidó, presidente do parlamento, autoproclamou-se Presidente da Venezuela, frente a centenas de milhares de manifestantes que exigem a demissão de Nicolas Maduro, cuja reeleição consideram ilegítima.

Juan Guaidó auto-proclamado Presidente da Venezuela 23/01/2019
Juan Guaidó auto-proclamado Presidente da Venezuela 23/01/2019 Yuri CORTEZ / AFP
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Na Venezuela assinalam-se esta quarta-feira 61 anos sobre o golpe de estado militar que derrubou a ditadura de Marcos Pérez Jiménez em 1958 e governo e oposiçao convocaram manifestações, com objectivos claramente opostos.

O líder do partido de oposição Vontade Popular e presidente do parlamento Juan Guaidó de 35 anos auto-proclamou-se esta quarta-feira (23/01) Presidente da Venezuela interino até novas eleições.

À margem destas manifestações pelo menos quatro pessoas foram mortas e várias dezenas detidas e feridas em Caracas e noutras cidades do país desde a noite de terça-feira (22/01).

06:50

Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas na Venezuela

O governo organizou uma contra-manifestação esta quarta-feira (23/01) em resposta à convocada pela oposiçao em todo o país contra o presidente Nicolas Maduro, que tomou posse a 10 de janeiro para um segundo mandato de seis anos, o que foi considerado ilegal por váios países e pelo líder da oposição e presidente eleito do parlamento Juan Guaidó, desde hoje auto-proclamado Presidente da Venezuela.

O Brasil de Jair Bolsonaro reconheceu a 12 de janeiro Juan Guaidó como Presidente da Venezuela e o seu homólogo Donald Trump fê-lo neste dia 23 de janeiro, depois de o seu vice-presidente Mike Pence ter manifestado a sua solidariedade para com os manifestantes, o que Nicolas Maduro considerou um "apelo a um golpe de Estado fascista".

De recordar que diversos países como os Estados Unidos, Brasil, Canadá, membros do designado Grupo de Lima não reconheceram a ligutimidade do segundo mandato de Nicolas Maduro, que como grandes potências tem apenas o apoio da China, Rússia e Irão, mas também no bloco regional de Cuba, Bolívia e México.

Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas na Venezuela considera que "os venezuelanos é que devem decidir sobre o seu destino e segundo ele o mais importante é que a Constituição seja cumprida e que haja uma real separação de poderes, hoje totalmente nas mãos de Nicolas Maduro, com excepção do parlamento", dominado pela oposição.

Fernando Campos mostra-se no entanto apreensivo quanto à reação das Forças Armadas face à auto-proclamação de Juan Guaidó como Presidente interino.

As manifestações de hoje surgem depois de na segunda-feira 21/01) 27 militares da Guarda Nacional terem ocupado durante algumas horas um quartel em Caracas e divulgado um vídeo apelando a população a sair à rua e não reconhecer o novo mandato de Nicolas Maduro.

Todos eles foram detidos e o governo responsabilisou os "terroristas do partido Vontade Popular" que incitaram os militares a roubarem armas, para organizar actos de violência na manifestação desta quarta-feira.

A Organização dos Estados Americanos - OEA - cuja maioria dos países membros consideram ilegítima a reeleição de Nicolas Maduro, deve reunir-se esta quinta-feira (24/01) em sessão extraordinária e a União Europeia espera lançar em fevereiro um grupo internacional de contacto para tentar uma saída de crise.

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