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Venezuela

Venezuela: braço-de-ferro entre Maduro e Guaidó na rua

O campo de Juan Guaidó, Presidente autoproclamado da Venezuela, convocou para hoje novas manifestações no intuito de reclamar a demissão do Presidente Nicolas Maduro que, por sua vez, continua a recusar a hipótese de organizar novas presidenciais mas diz-se aberto ao diálogo e à possibilidade de organizar legislativas antecipadas.

Á esquerda, Juan Guaidó, Presidente autoproclamado e á direita, Nicolas Maduro, Presidente em exercício.
Á esquerda, Juan Guaidó, Presidente autoproclamado e á direita, Nicolas Maduro, Presidente em exercício. Yuri CORTEZ / AFP
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"Seria muito bom organizar eleições legislativas mais cedo, isto constituiria uma boa forma de discussão política, uma boa solução pelo voto popular" admitiu ontem o Presidente venezuelano que, todavia, ao recordar que foi reeleito há dez meses disse que se "os imperialistas" querem novas presidenciais "vão ter de esperar até 2025", ou seja até ao final do seu mandato.

A aposta hoje dos apoiantes de Juan Guaidó, chefe do parlamento que se autoproclamou Presidente da Venezuela há uma semana, é convencer o exército, pilar sobre o qual assenta o poder actual, a abandonar Maduro, tal como já o fizeram o adido militar venezuelano em posto em Washington no passado fim-de-semana, ou ainda um general de divisão e alguns oficiais que o presidente venezuelano acusou ainda hoje de estarem a planear um golpe a partir da vizinha Colômbia.

Se no exterior, Maduro tem apoios de peso, como a Rússia ou a China, ele tem também vários adversários, nomeadamente os Estados Unidos que foram o primeiro país a reconhecer Guaido como presidente legítimo, seguido pelo Canadá, uma dúzia de países latino americanos, entre os quais o Brasil, a Colômbia, a Argentina, o Chile e o Peru e noutras latitudes, Israel e a Austrália.

Também é possível ler "Venezuela:Maduro rejeita exigência europeia e preconiza diálogo"

A nível europeu, avança-se em ordem dispersa. No passado fim-de-semana, seis países europeus, Espanha, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido e Países Baixos deram a Maduro o prazo de uma semana, ou seja até ao próximo Domingo para convocar eleições, sob pena de reconhecer o seu rival como Presidente legítimo, um ultimato logo rejeitado pelo Presidente venezuelano cujo governo, ainda ontem, não deixou de mandar farpas ao governo espanhol que acusou de se ter juntado a um "golpe de Estado".

A pressão internacional é de facto grande, o executivo de Trump diz que todas as "opções estão em cima da mesa", incluindo uma possível intervenção militar, uma opção que até ao momento os países latino-americanos que apoiam Guaidó conseguiram evitar.

Resta contudo a alavanca económica neste país já estrangulado pela crise: os Estados Unidos começaram desde ontem a aplicar novas sanções sobre a empresa petrolífera nacional, fonte de 96% dos rendimentos da Venezuela. Juan Guaidó considera que os países europeus deveriam fazer igual. "Estamos numa ditadura e tem que haver uma pressão" argumentou o Presidente autoproclamado.

De referir ainda que o grau de tensão e violência neste país de 32 milhões de habitantes já resultou nuns 40 mortos e mais de 850 detenções no espaço de apenas 9 dias de mobilização, de acordo com dados das Nações Unidas.

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