Eleições na Turquia ditam futuro de Erdogan
Cinquenta e sete milhões de eleitores turcos elegem hoje quase 1000 presidentes de câmara e 30 presidentes de outras tantas áreas metropolitanas. Apesar do escrutínio ser local, estas eleições são um verdadeiro referendo ao Presidente Recepy Tayyip Erdogan, que investiu todo o seu peso na campanha.
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As eleições acontecem num cenário de crise económica – a Turquia entrou em recessão no ano passado, depois de uma década de crescimento acelerado. Actualmente a inflação supera já os 20%, a lira perdeu um terço do seu valor e o desemprego também tem aumentado de forma significativa.
Talvez para fazer esquecer isso, Erdogan usou uma retórica populista e agressiva na campanha, acenando com a bandeira de defesa do islão e da islamofobia e acusando todos os seus opositores de serem “traidores da pátria” e de “apoiantes do terrorismo”. A campanha foi também extraordinariamente desigual e imparcial, já que o Presidente controla quase todos os média e utilizou toda a máquina estatal a seu favor.
O AKP, partido de Erdogan, ganhará certamente uma larga maioria de autarquias, mas as últimas sondagens sugeriam que poderá perder algumas das grandes regiões metropolitanas, entre os quais a capital, Ancara.
Ao fim de 17 anos no poder, Erdogan parece mais fragilizado. O Presidente consolidou o seu poder usando um extraordinário boom económico – resta agora saber se a actual crise económica abrirá brechas na invencibilidade do homem forte da Turquia.
Correspondência de José Pedro Tavares, correspondente em Ancara
Com a colaboração do nosso correspondente em Ancara, José Pedro Tavares.
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