Afganistão: Loya Jirga pede cessar-fogo governo-talibãs
O apelo surge no final da Loya Jirga, a grande assembleia que reuniu, durante quatro dias, mais de 3 mil pessoas, entre políticos, responsáveis religiosos, dirigentes comunitários e outros membros da sociedade civil.
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De fora da Loya Jirga, ficaram os talibãs, os insurrectos, o chefe do executivo, os dois candidatos presidenciais e o ex-presidente Hamid Karzai.
Apesar das ausências institucionais, a Loya Jirga afegã que, reuniu 51 grupos diferentes da sociedade, pede um cessar-fogo "imediato e permanente", que começaria com o Ramadão, no início da próxima semana, lê-de na resolução final do encontro.
O documento diz que o objectivo desta trégua entre talibãs e governo é respeitar a vontade e as exigências da maioria da população.
A resolução, composta por 23 pontos, define os limites do acordo de paz; estabelece um calendário para retirada das tropas da NATO, a preservação de todos os direitos dos afegãos, incluindo das mulheres, e ainda a abertura duma delegação política dos talibãs em Cabul.
No discurso de encerramento, o presidente afegão, Ashraf Ghani, disse estar pronto a por em prática o cessar-fogo. No entanto, Ghani sublinha que não pode ser "um só lado" a fazê-lo.
Os talibãs fizeram já saber que rejeitam a resolução da loya jirga
Por seu turno, os insurectos, que também não participaram no encontro, estão reunidos, em Doha, com o emissário americano para a paz, apesar de considerarem que as autoridades afegãs, ausentes destes encontros bilaterais, são "marionetas" de Washington.
Muitos afegãos temem que um acordo "precipitado" entre americanos e insurectos comprometa os avanços feitos pela sociedade afegã desde 2001, quando os talibãs foram retirados do poder.
Para lá destas reuniões, a guerra fratricida continua nas províncias afegãs.
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