Václav-Havel atribuido a Ilham Tohti e Jovens dos Balcãs
Prémio de Direitos Humanos Václav-Havel 2019 atribuído ao intelectual uigur Ilham Tohti, detido desde 2014, e à Iniciativa dos Jovens para os Direitos Humanos para a reconciliação dos Balcãs.
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O anúncio foi feito pelo Conselho Europeu, que justifica a decisão com o activismo de ambos em prol dos direitos humanos.
Ilham Tohti, turco de expressão francesa, encontra-se detido desde 2014 pela justiça chinesa. Condenado a prisão perpétua, acusado de separatismo, é membro da etnia muçulmana uigur, maioritária em Xinjiang, região do nordeste da China.
A sua pré-selecção para receber o prémio Václav-Havel já tinha desencadeado a ira de Pequim, que acusou o Conselho Europeu de “apoiar o terrorismo”.
Ao receber o prémio, Enver Can da fundação Ilham Tohti sublinhou que “este prémio recompensa uma pessoa, mas ao fazê-lo reconhece todos aqueles que vêem os seus direitos a serem violados. (…) Este prémio vai ajudá-lo [Ilham Tohti] a sobreviver na prisão e dá ao povo uigur força para continuar a lutar contra esta opressão”.
O segundo laureado pela organização pan-europeia de defesa dos direitos humanos e democracia foi a Iniciativa dos Jovens para os Direitos Humanos, criada em 2003, dedica-se à promoção da reconciliação e criação de laços entre os jovens nos Balcãs, lutando contra o reaparecimento do conflito étnico que devastou a região ao longo de anos.
Ivan Djuric, um dos responsáveis pela iniciativa, lembrou que a cooperação regional nos Balcãs continua marcada “pela raiva e desconfiança, pelos preconceitos e pelas heranças de guerra (…) As sociedades dos nossos países ainda não renunciaram aos sues programas bélicos de ideologia nacionalista”.
Criado em 2013, o prémio Vaclav-Havel recompensa as acções excepcionais da sociedade civil na defesa dos direitos do Homem.
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