Ofensiva turca na Síria vai ser analisada na ONU
A Turquia continua a sua operação militar no nordeste da Síria contra os curdos apesar do dilúvio de críticas a nível mundial que se tem abatido sobre o seu Presidente desde ontem. Esta ofensiva deve ser analisada hoje numa reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU.
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Desde ontem, os bombardeamentos turcos causaram, segundo Ancara, mais de 100 mortos entre os combatentes curdos, o balanço sendo diferente do lado da Organização Síria dos Direitos Humanos que fala, por sua vez, em pelo menos 23 baixas nas forças curdas e 9 entre os civis, bem como 60 mil deslocados. Ainda segundo esta mesma organização, as forças turcas já conquistaram pelo menos 7 aldeias nas imediações de Ras al-Aïn e Tal Abyad, no nordeste da Síria, o objectivo sendo para Ancara de conquistar uma faixa de pelo menos 30 km entre a sua fronteira e a Síria para lá estabelecer uma "zona tampão" entre o seu território e os curdos que considera como sendo "terroristas".
Perante esta situação, para além da reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, continuam a afluir as reacções de repúdio desta operação, nomeadamente por parte de Israel, a Arábia Saudita ou ainda a China.
O Presidente americano que no Domingo deu implicitamente a luz verde a esta operação ao anunciar a retirada das suas tropas daquela zona, apelou o Presidente turco a agir de forma "racional" e "humana". Por sua vez, a Rússia que foi solicitada pelos curdos neste sentido refere pretender facilitar um diálogo entre estes últimos e Damasco, o chefe da diplomacia russa referindo ainda tencionar estabelecer conversações entre a Turquia e a Síria.
Por seu lado, confrontado às críticas da Europa, o Presidente turco ameaçou hoje "enviar para os países da União Europeia" os cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios que tem mantido no seu território em virtude de um acordo assinado com os líderes europeus em 2016. O regime turco também deteve hoje mais de 20 pessoas no sudeste do país, sob a acusação de "propaganda terrorista", por se terem pronunciado nas redes sociais contra a ofensiva na Síria.
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