PGR da Guiné-Bissau em contencioso com família do leste em torno de um terreno

O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Bacari Biai, está numa acesa polémica com uma família rural na localidade de Sancorla, no leste do país. Os Bamba acusam Biai de os mandar despejar das suas casas onde vivem há mais de 50 anos. Bacai Biai defende-se dizendo ser tudo falso e que o terreno no centro do contencioso pertence aos seus antepassados.

Bacari Biai (centro), PGR da Guiné-Bissau. © Cortesia ministeriospublicoscplp

Uma família rural acusa o Procurador-Geral da República, Bacari Biai, de abuso do poder. A família Bamba, em Sancorla, no leste da Guiné-Bissau, acusa Biai de influenciar a justiça ao ponto de terem sido despejados das suas casas, das suas propriedades agrícolas e de uma extensa área de mato. O despejo ocorreu na semana passada.

Da acção resultou que mais de 150 membros da família Bamba ficaram ao relento. Do grupo fazem parte crianças, mulheres grávidas e idosos. A igreja católica lançou um apelo para que se apoie essas pessoas

Enquanto cidadão, Bacari Biai, deu esta quarta-feira a sua versão dos factos. Disse, numa conferência de imprensa, que o terreno, na verdade, pertence aos seus antepassados e que desde 2006 tem tentado fazer com que os Bamba abandonassem o local.

Por constatar que não era possível um acordo extrajudicial, intentou uma acção no tribunal, sendo que agora ordenou o despejo dos Bamba depois de se terem recusado a sair de forma voluntária.

Bacari Biai afirma que o tribunal concluiu que o terreno pertence à sua família e não aos Bamba.

Sobre a ameaça dos Bamba em avançar com uma queixa-crime contra Bacari Biai no tribunal da CEDEAO, o magistrado disse estar perfeitamente tranquilo.