Líder da contestação no Mali apela à calma após violentos tumultos
No Mali, após dois dias de violentos protestos, o imã Mahmoud Dicko, líder da coligaçao que contesta o poder, apelou hoje à calma. Ontem, em Bamako, morreram pelo menos 4 civis, incluindo dois menores de idade, nas manifestações. Dicko pediu calma aos seus partidários, numa altura em que o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, parece disposto a fazer concessões ao "M5",movimento liderado pelo imã maliano.
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Através de um video, o imã maliano lançou um apelo à calma e pediu aos seus partidários para evitar o vandalismo e a destruição de bens públicos. Mahmoud Dicko, cujo movimento "M5" é composto por dirigentes religiosos, políticos da oposição e figuras da sociedade civil maliana, recomendou no video, gravado na mesquita aonde ele prega, que não incendiassem, nomeadamente as estações de serviço.
Verdadeiro líder da contestação, que critica o Presidente Ibrahim Boubacar Keita pelo agravamento da situação económica no Mali, assim como a incapacidade do chefe do Estado a assumir a soberania nacional perante o jiadismo que afecta o país africano, o imã Dicko decidiu pronunciar-se após a morte de dois manifestantes no sábado.
Os confrontos mais violentos, entre manifestantes e forças da ordem, ocorreram nas redondezas da mesquita administrada por Mahmoud Dicko, cujos partidários, desde que o movimento de contestação teve início há várias semanas, pedem a demissão do Presidente Ibrahim Boubacar Keita.
Segundo um médico das urgências de um hospital de Bamako, os tumultos resultaram pelo menos na morte de quatro pessoas, entre as quais dois menores de 15 e 17 anos .
O presidente Ibrahim Boubacar keita anunciou, sábado, a disssolução do Tribunal Constitucional e prometeu implementar as recomendações formuladas no mês de Junho pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se tinha pronunciado a favor de novas eleições nalgumas circunscrições, depois das legislativas do mês de Março terem sido contestadas pela oposição.
As referidas eleições estão na origem da contestação actual e na criação, há um mês, do "Movimento do 5 de Junho-União das Forças Patrióticas" (M5).
Nouhoun Togo, um dos porta-vozes do "M5" pede , segundo ele, "a demissão pura e simples" do Presidente Boubacar Keita.
Líder da contestação no Mali apela à calma após violentos tumultos 12 07 2020
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