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Burkina Faso

Burkina Faso: reunião da CEDEAO dentro de dias

A CEDEAO deve reunir-se nos próximos dias para analisar o golpe de Estado no Burkina Faso desta segunda-feira. A população tem estado, porém, a manifestar-se para apoiar a chegada dos militares ao poder. As fronteiras foram entretanto reabertas e a vida voltou à normalidade, à excepção das escolas que se mantêm encerradas até este sábado.

Manifestação de apoio aos golpistas na capital do Burkina Faso a 25 de Janeiro de 2022.
Manifestação de apoio aos golpistas na capital do Burkina Faso a 25 de Janeiro de 2022. AFP - OLYMPIA DE MAISMONT
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Ellen Barros é a embaixadora do Brasil na capital, ela faz-nos o relato do terreno, onde a transição por ora tem sido pacífica.

A embaixada brasileira e o consulado no Burkina Faso têm estado a monitorar a situação com os cerca de 50 brasileiros no terreno tendo apelado à respectiva prudência e a evitar grandes aglomerações.

Nenhuma chancelaria tem, porém, apelado a que nenhum cidadão abandone o país já que a situação não se traduziu em derramento de sangue e tem, por ora, sido pacífica.

Os voos internacionais voltaram a ser operados após o levantamento da medida de encerramento das fronteiras aéreas e terrestres, decretada pelos golpistas na segunda-feira, mas entretanto já levantada.

Apesar dos motins, no seu entender, ninguém estava à espera de que um golpe de Estado se viesse a concretizar.

A diplomata admite a preocupação da comunidade internacional quanto ao estado do presidente derrubado, Roch Marc Christian Kaboré.

Uma figura do partido de Kaboré admitia hoje que ele se encontrava "bem", numa vivenda da capital.

O Ministério brasileiro das relações exteriores emitiu um comunicado apelando ao diálogo no Burkina Faso. Segundo a diplomata Ellen Barros as relações bilaterais nunca se traduziram, em caso de golpes, pelo encerramento da chancelaria brasileira ou repatriamento do pessoal (como aconteceu recentemente na Guiné Conacri e no Mali, onde apesar dos golpes a embaixada do Brasil se mantêve sempre aberta).

As lojas praticamente não fecharam no país e a normalidade voltou a imperar, descreve a diplomata sul-americana.

Esta admite alguma insatisfação de certos sectores com a gestão da instabilidade, mas alega que o presidente sempre se pautou pelo diálogo.

De tal forma que ninguém, apesar dos motins que antecederam o golpe, previa que estes viessem a desembocar na queda do presidente através de um golpe militar.

A CEDEAO, Comunidade económica dos Estados da África ocidental, previu uma reunião nos próximos dias para abordar a situação no Burkina Faso.

A organização regional que a 9 de Janeiro adoptou sanções pesadas contra os golpistas no Mali, alvo de dois golpes de Estado desde o verão de 2020, onde os militares pretendiam organizar uma transição de cinco anos.

Ouça aqui o testemunho de Uagadugu da embaixadora brasileira no Burkina Faso Ellen Barros.

01:05

Ellen Barros, embaixadora do Brasil no Burkina Faso, 26/1/2022

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