Covid: infecções em África podem ser 97 vezes superior aos dados oficiais
Mais de dois terços dos africanos podem já ter sido infectados pelo SARS-CoV-2 nos últimos dois anos, ou seja, o número real de infecções pode ser 97 vezes superior aos casos registados. A conclusão é de um relatório da Organização Mundial de Saúde, publicado esta quinta-feira.
Publicado a:
Até ao dia 6 de Abril, 11.5 milhões de casos de Covid-19 foram detectados e 252.000 mortes ligadas ao SARS-CoV-2 foram registadas no continente africano, desde o início da pandemia.
A OMS África, num estudo que ainda está a ser verificado pelos pares, considera que os dados oficiais representam uma parte ínfima do “número real de infecções pelo coronavírus em África”.
O relatório agora apresentado tem por base outros 151 estudos sobre a prevalência em África entre Janeiro de 2020 e Dezembro de 2021.
De acordo com o documento, a exposição ao vírus em África teve uma subida galopante passando de 3% em Junho de 2020 para 65% em Setembro de 2021, o que equivale a cerca de 800 milhões de infecções. O que contrasta com os 8.2 milhões de casos oficialmente notificados neste período.
"Esta análise mostra que os casos confirmados de Covid-19 actualmente notificados são apenas uma fracção do número total de infecções no continente", sublinhou a directora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
A nível global, as infecções reais são “em média são 16 vezes superiores às comunicadas”, segundo a OMS. Que acrescenta que em África, a testagem se concentrou em viajantes e pacientes que chegaram aos centros médicos com sintomas. O continente fica marcado por uma maioria de casos assintomáticos (67%).
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro