Serra Leoa: Manifestações degeneram em morte de polícias
Pelo menos dois polícias faleceram, após terem sido espancados até à morte pelos manifestantes na capital da Serra Leoa, Freetown. Há também mortos do lado dos manifestantes, segundo fontes não confirmadas. Um recolher obrigatório foi instaurado entre as 15h e as 6h da manhã.
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A manifestação, no início, tinha por objectivo protestar contra o custo de vida no país e foi organizada por um grupo de mulheres comerciantes que convocou um "comício pacífico".
No entanto, esses agrupamentos de pessoas acabaram por degenerar em tumulto em Freetown, a capital, mas também em outras cidades do Norte do país. Os manifestantes pediam a demissão do Presidente Julius Maada Bio, no poder desde 2018.
Em Freetown, foram instaladas barricadas, foram queimados pneus, e em certos bairros os manifestantes lutaram com as forças de segurança. Alguns manifestantes disseram à imprensa que as forças de segurança dispararam com munições reais.
De notar ainda que na cidade de Makeni, foi incendiada a esquadra da polícia.
Segundo informações divulgadas pelo porta-voz da polícia, Brima Kamara, dois agentes foram "espancados até à morte por manifestantes" nos confrontos durante os protestos.
O Governo acusa membros da oposição de utilizarem os manifestantes para ambições pessoais. Em declarações à televisão estatal, Mohamed Juldeh Jalloh acusou "alguns serra-leoneses de intensificarem apelos à violência e ao derrube do governo legítimo pela força".
Em resposta a estas manifestações, o Governo, através do vice-presidente, Mohamed Juldeh Jalloh, anunciou a instauração de um recolher obrigatório.
Este país é um dos mais pobres do continente com 40% da população a sobreviver com menos de dois dólares por dia.
De referir ainda que a guerra na Ucrânia aumentou as dificuldades dos habitantes, cerca de 7,5 milhões no país, visto que coincidiu com um aumento substancial dos preços do arroz, do óleo e dos combustíveis.
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