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ONU/África

Assembleia Geral da ONU: quem representará as juntas militares no poder em África?

Começa esta terça-feira, em Nova Iorque, a 78a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Quem representará os países africanos alvos de golpe de Estado? Desde há três anos que os golpes de estado se sucedem na África Ocidental e Central, situação que levanta questões sobre a representatividade destes estados na Assembleia Geral da ONU.

Começa esta terça-feira, em Nova Iorque, a 78a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Começa esta terça-feira, em Nova Iorque, a 78a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. © AFP
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Das novas juntas militares no poder, apenas a Guiné Conakry se faz representar pelo Presidente de transição. Trata-se da primeira deslocação oficial de envergadura internacional desde o golpe de estado de 2021 do coronel Mamadi Doumbouya, que deverá exprimir-se na tribuna da ONU na quinta-feira, 21 de Setembro.

Momento, segundo os peritos, para tranquilizar os parceiros do processo de transição, no momento em que aumenta a contestação sociopolítica no país. Mamadi Doumbouya deve confirmar a manutenção ou adiamento da promessa feita de realização de eleições até ao fim do próximo ano.

O coronel Assimi Goïta encarregou o ministro dos Negócios Estrangeiros Abdoulaye Diop de representar o Mali, numa altura em que a Missão de Manutenção da Paz da ONU começa a fazer as malas, sob ordem das autoridades malianas.

O Burkina Faso, palco de dois golpes de estado em oito meses, está representado pelo ministro da Função Pública, Bassoli Bazié. Em representação do Gabão, o general Brice Oligui Nguema designou o seu primeiro-ministro Raymond Ndong Sima para marcar presença em Nova Iorque

Sobre o Níger, restam ainda dúvidas sobre se estará representado ou não. O Presidente Mohamed Bazoum, deposto, continua detido pelos golpistas e os elementos da junta militar liderada pelo general Adbourahamane Tiani não parecem ter sido convidados pelas Nações Unidas.

A Assembleia Geral da ONU vai servir para inúmeras reuniões bilaterais e também para reuniões sobre o Sahel. Além disso, há discursos de líderes africanos muito esperados neste encontro. Caso do discurso do Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que preside a CEDEAO. Esta terça-feira à noite, Bola Tinubu deve avançar se o bloco regional vai ou não levar a cabo a ameaça de intervenção militar contra os golpistas do Níger.

Amanhã, quarta-feira, será a vez de Félix Tshisekedi (RDC) na tribuna da ONU provavelmente avançar sobre o calendário da saída dos capacetes azuis da Monusco.

Dos países africanos lusófonos, Angola é representada pelo Presidente João Lourenço, Cabo Verde pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, Guiné-Bissau pelo presidente Umaro Sissoco Embaló, Moçambique pelo Presidente Filipe Nyusi e São Tomé e Príncipe pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada.

"Reconstruindo a confiança e reacendendo a solidariedade global: acelerando a acção na Agenda 2030 e seus Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todas as pessoas", é o tema do debate geral da 78a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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