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Sudão

Sudão enfrenta "uma das piores catástrofes humanitárias de que há memória recente"

Depois de quase um ano de guerra civil no Sudão, o país está a conhecer "uma das piores catástrofes humanitárias" da história recente, alertou hoje uma responsável da ONU denunciando a ausência de resposta da comunidade internacional.

Distribuição de ajuda alimentar em Omduman, no Sudão, em Setembro de 2023.
Distribuição de ajuda alimentar em Omduman, no Sudão, em Setembro de 2023. REUTERS - EL TAYEB SIDDIG
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"De todos os pontos de vista, a dimensão das necessidades humanitárias, o número de pessoas deslocadas e ameaçadas de fome, o Sudão é uma das piores catástrofes humanitárias de que há memória recente", disse ontem no Conselho de Segurança Edem Wosornu, do gabinete de operações humanitárias da ONU naquele país, ao denunciar o que qualificou de "abandono" internacional do povo sudanês.

Estas declarações surgem poucos dias depois da ONU ter reclamado um acesso sem entrave dos trabalhadores humanitários ao país, onde a população está à mercê de uma guerra iniciada em Abril do ano passado entre o exército do general Abdel Fattah al-Burhane e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido do general Mohammed Hamdane Daglo, antigo número dois do poder. Um conflito que provocou milhares de mortos e mais de oito milhões de deslocados, segundo a ONU.

A este balanço acrescentam-se também cerca de 18 milhões de sudaneses que enfrentam uma situação de insegurança alimentar grave, as Nações Unidas estimando que 5 milhões de pessoas "poderiam resvalar para uma situação de insegurança alimentar catastrófica em certas partes do país nos próximos meses".

Na semana passada, a ONU reiterou o apelo à mobilização internacional a favor do Sudão, referindo que tinha angariado até ao momento menos de 5% dos 2,7 mil milhões de dólares necessários para responder a esta situação.

Os Estados Unidos entretanto anunciaram uma nova ajuda humanitária de 47 milhões de dólares, mas ela vai ser canalizada para os países vizinhos do Sudão, nomeadamente o Chade e o Sudão do Sul, de forma a ajudar a acolher os refugiados sudaneses.

Refira-se ainda que no passado dia 13 de Março a ONG 'Save the Children' avisou que a insegurança alimentar é um risco que se pode estender no longo prazo neste país, dado que a guerra impossibilita o cultivo da terra. "A ausência de época agrícola no ano passado, significa que não há alimentos hoje. Se não se semeia hoje, significa que não há comida amanhã", preveniu a organização humanitária.

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