23 militares nigerinos mortos em emboscada na fronteira com Mali e Burkina
Niamey confirmou ontem que 23 militares nigerinos morreram na passada terça-feira numa emboscada jihadista na zona de Tillabéri, região próxima das fronteiras com o Burkina Faso e o Mali, onde numerosos grupos jihadistas são activos.
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Este novo ataque aconteceu numa altura em que o exército nigerino estava a efectuar na região uma operação cujo objectivo, segundo o Ministério da Defesa, era "tranquilizar as populações vítimas dos abusos dos grupos armados terroristas: assassínios extorsão de fundos e roubo de gado".
A unidade militar foi surpreendida no final do seu dia de missão por "mais de uma centena de terroristas a bordo de veículos e motos" que lançaram o seu ataque entre as localidades de Teguey e Bankilaré com a ajuda de "bombas artesanais e veículos kamikazes", afirma ainda em comunicado o executivo que ao dar conta da morte de 23 militares, também informa que que cerca de 30 terroristas foram "neutralizados".
A região de Tillabéri situada numa zona como sendo das « três fronteiras », junto ao Mali e ao Burkina Faso, tem sido um reduto de grupos jihadistas, nomeadamente a ramificação do Estado Islâmico no grande Saara (EIGS) e da Al Qaeda.
Desde 2017, esta região do Níger tem sido regularmente alvo dos ataques destes grupos armados, apesar da presença massiva de forças anti-jihadistas regionais e estrangeiras.
Desde o passado dia 26 de Julho de 2023, com o golpe de Estado militar no Níger, a estratégia do país e as suas alianças no combate ao jihadismo tem vindo a mudar.
Pouco depois de chegar ao poder, a junta militar do Níger decidiu prescindir do apoio da França na luta contra o terrorismo. Os últimos militares franceses abandonaram o território nigerino em Dezembro.
Em seguida, o Níger, juntamente com o Mali e o Burkina Faso, também eles chefiados por juntas militares, decidiram formar uma aliança na luta contra o jihadismo.
Igualmente em conjunto, estes três países anunciaram no começo do ano a sua saída unilateral da CEDEAO de que tinham sido suspensos depois dos seus respectivos golpes de Estado.
Mais recentemente, o Níger anunciou no final da semana passada o fim "imediato" do seu acordo de cooperação com os Estados Unidos que mantêm no país cerca de mil soldados e uma base militar em Agadez, no norte, a partir da qual vigiam a zona do Sahel. Uma decisão sobre a qual Washington disse esperar "esclarecimentos".
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