Faleceu esta quinta-feira de doença prolongada e com 89 anos, Agostinho André Mendes de Carvalho, conhecido no mundo literário sob o pseudónimo kinbundo Uanhenga Xitu.Preso pela PIDE em 1959, foi enviado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde permaneceu entre 1962 e 1970.A sua carreira literária iniciada no Tarrafal, foi reconhecida em 2006 com a atribuição do Prémio Nacional de Cultura e Artes.Ex-ministro da saúde e ex-deputado do MPLA, o partido no poder em Angola, que ele criticou por vezes severamente através da escrita, mas também do seu posicionamento político, como em 2012, quando com Pepetela e outros escritores e homens politicos, escreveram uma Carta Aberta ao Presidente José Eduardo dos Santos denunciando a repressão policial contra manifestantes anti-governamentais.O escritor angolano Pepetela, Prémio Camões em 2002, lembra o legado de Uanhenga Xitu, referindo que algumas das suas obras "são ícones da literatura angolana".
Entrevistado por Liliana Henriques, o crítico literário angolano Luis Kandjimbo, também director de cultura na CPLP, recorda a importância de livros como "Cultos Especiais" ou "O Ministro" de forte sátira social, bem como o profundo conhecimento de Uanhenga Xitu do território angolano.
Luís Kandjimbo sobre livros de Uanhaenga Xitu
Luis Kamdjimbo refere que Angola perdeu uma figura de vulto e recorda alguns épisódios do passado nacionalista de Uanhenga Xitu.
Luís Kandjimbo sobre obra e percurso de Uanhaenga Xitu
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