Oldemiro Baloi está em França para mostrar oportunidades de negócio em Moçambique

O ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Oldemiro Baloi, está em França a convite do seu homólogo, Laurent Fabius, para uma visita oficial de dois dias. Nesta deslocação o responsável pela pasta da diplomacia participa, entre outros, num colóquio sobre oportunidades de negócio em Moçambique.

Oldemiro Baloi, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique RFI

Uma deslocação que pretende reforçar os laços existentes e desenhar novas parcerias entre os dois países disse à RFI o embaixador António Matonse que integra a delegação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi. "O objectivo da visita é abordar com o seu homólogo as relações de amizade entre Moçambique e a França e aproveitar a estadia para falar com o empresariado francês".

Nos últimos tempos é evidente o interesse económico da França relativamente a Moçambique, e é também neste contexto que o ministro marca presença amanhã no colóquio "Oportunidades e Investimentos em Moçambique" organizado pela agência governamental francesa especializada em desenvolvimento internacional - Business France, acrescentou António Matonse. "Uma plataforma a partir da qual o ministro Oldemiro Baloi vai explicar qual é o actual ambiente de negócios e quais as oportunidades que Moçambique oferece aos empresários franceses".

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António Matonse, embaixador de Moçambique

Os negócios franco-moçambicanos  reforçaram-se no final de 2013, altura em que o então chefe de Estado Armando Guebuza visitou o país e quando as autoridades de Moçambique encomendaram seis barcos para a marinha e vinte seis arrastões para a empresa estatal de atum -Ematum- aos estaleiros da Normandia, uma empresa que estava a atravessar dificuldades económicas. No passado mês de Janeiro o executivo encomenda mais três novas embarcações militares HS132.

Uma compra que foi fortemente criticada pelas organizações da sociedade civil que questionaram as autoridades sobre a constituição da empresa -Ematum- e sobre a origem do dinheiro para a aquisição dos barcos. Da parte do governo as respostas sobre a origem dos 200 milhões de euros foram contraditórias, o vice- ministro dos Negócios Estrangeiros, Henrique Banze, admitiu que a -Ematum- era paricipada pelo Serviço de Informação e Segurança do Estado, contrariando o ministro das Finanças, Manuel Chang, que tinha avançado que o Estado moçambicano estava a actuar no negócio apenas como avalista. Mais tarde, em entrevista à RFI o ministro Oldemiro Baloi admitiu erros na forma como o executivo geriu esta situação.

Quase dois anos depois os contornos deste negócio continuam a suscitar dúvidas junto da sociedade civil e de alguns países do G19, como é o caso da Holanda, que contribuem para o Orçamento geral do Estado de Moçambique, como refere Baltazar Fael, membro do Centro de Integridade Pública de Moçambique.

"É um negócio que não caiu muito bem .. naquilo que são os recursos alocados pelos doadores e estes estão a exigir provas de como este negócio foi feito e está a ser feito".

O jurista moçambicano comenta ainda a deslocação do ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldemiro Baloi, a Paris reconhecendo as oportunidades de negócios entre os dois países nomeadamente no sector do carvão e do gás. "Eu acho que tem que se olhar para o sector com uma maior esperança e há de facto um enorme potencial que Moçambique pode oferecer a França, nomedamente no sector do carvão e do gás".

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Baltazar Fael, membro do Centro de Integridade Pública de Moçambique

De referir ainda que o programa do ministro Oldemiro Baloi prevê um encontro com a comunidade moçambicana residente em França e um almoço oferecido pleo grupo de Amizade França-Moçambique.