Governo do Mali demitiu-se
O primeiro-ministro do Mali, Soumeylou Boubèye Maiga, apresentou a sua demissão e a dos seus ministros ao Presidente, Ibrahim Boubacar Keita, que a aceitou. A demissão acontece horas antes de ser discutida pela Assembleia Nacional uma moção de censura ao Governo.
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Após 16 meses no poder, o chefe de Governo maliano, Soumeylou Boubèye Maiga, apresentou a sua demissão e a dos seus ministros, na véspera da apresentação de uma moção de censura ao executivo pelos deputados da oposição e que contava com o apoio de alguns da maioria.
A demissão acontece menos de um mês após o massacre de 160 civis no centro do país, a 23 de Março, e na sequência de protestos contra o governo. Desde logo, o primeiro-ministro era alvo de várias críticas de influentes religiosos muçulmanos que reclamavam a sua saída e também houve uma mega-manifestação, em Bamako, a 5 de Abril, contra “a má gestão do país”, nomeadamente no que toca às violências intercomunitárias no centro do Mali.
Esse é mesmo o principal problema neste momento. De acordo com as Nações Unidas, desde Março do ano passado 600 pessoas morreram e milhares foram obrigadas a fugir devido às violências intercomunitárias.
O fenómeno intensificou-se desde o aparecimento, em 2015, de um grupo jihadista do pregador Amadou Koufa, que recrutava principalmente entre os Fulani, tendo-se, então, multiplicado os confrontos entre esta comunidade e os grupos étnicos Bambara e Dogon, que criaram os seus próprios "grupos de autodefesa".
Apesar de várias visitas do primeiro-ministro ao centro do país para defender a reconciliação entre as comunidades e desarmar as milícias, os confrontos intensificaram-se e culminaram com o massacre de Ogossagou a 23 de Março, quando 160 pessoas foram assassinadas.
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