Angola vai libertar manifestantes condenados por desobediência
Os 71 manifestantes condenados, este domingo, pelo crime de desobediência em Angola serão libertados. O anúncio foi feito pelo advogado de defesa, Zola Bambi, à agência de notícias Lusa, no final do julgamento da centena de manifestantes detidos no passado dia 24, em Luanda.
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Em declarações à agência de notícias Lusa, o advogado de defesa, Zola Bambi, esclareceu que 26 réus foram absolvidos de todos os crimes e os outros 71 manifestantes foram condenados por desobediência a um mês de prisão, pena que será convertida numa multa.
Zola Bambi garantiu que os 71 manifestantes condenados pelo crime de desobediência em Angola serão libertados, porém referiu que três dos réus condenados vão recorrer da decisão, um recurso que será extensivo a todos.
O advogado de defesa acrescentou ainda que há manifestantes, um jovem mudo e outro que testou positivo ao covid-19, e jornalistas que ainda não foram ouvidos pela justiça angolana e que podem ser convocados para serem julgados à parte.
Centenas de manifestantes foram detidos, no passado dia 24 de Outubro, durante uma marcha contra a pobreza e foram a julgamento sumário, acusados de actos de arruaça e desobediência.
O Presidente de Angola esclareceu que o direito à manifestação existe, mas está apenas "condicionado" temporariamente por causa da pandemia e acusou a UNITA de estar por trás dos protestos de sábado passado.
A repressão policial e as detenções arbitrárias foram criticadas pela sociedade civil e pela oposição angolana que referem que a liberdade de expressão está em risco. O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, disse que o chefe de Estado tem medo do povo angolano e apelou à libertação dos mais de uma centena de manifestantes
Uma nova marcha foi marcada para 11 de Novembro, dia de independência.
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