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Angola

Governo angolano reforça homenagem a José Eduardo dos Santos com oposição da família

O Presidente angolano, João Lourenço, disse na noite de sexta-feira que espera a "presença de todos" nas cerimónias fúnebres de José Eduardo dos Santos após ter alargado os dias de luto pelo ex-chefe de Estado para sete dias. Já a família, através da filha Tchizé dos Santos, fez saber que José Eduardo dos Santos quereria ser enterrado em Espanha para não ser instrumentalizado pelo Governo e há um processo na justiça para impedir saída do corpo de Barcelona.

João Lourenço fala com José Eduardo dos Santos em 2017 durante comício do MPLA.
João Lourenço fala com José Eduardo dos Santos em 2017 durante comício do MPLA. LUSA - MANUEL DE ALMEIDA
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"Se tivermos em conta as actuais circunstâncias não vemos por que razão a família que está lá fora não [possa] acompanhar o seu ente querido, estamos a contar com a presença de todos sem exceção de ninguém", disse João Lourenço em tom conciliatório no final de sexta-feira à saída de uma reunião de emergência do MPLA.

João Lourenço estendeu mesmo o período de luto pelo seu predecessor de cinco dias para sete dias contando a partir de hoje. Neste período de uma semana, a bandeira nacional será colocada a meia haste e serão cancelados todos os espetáculos e manifestações públicas em Angola. Foi entretanto constituída uma comissão para a origanização das cerimónias fúnebres de José Eduardo dos Santos com 11 ministros e a governadora de Luanda.

Para o Governo, o antigo Presidente que ficou no poder 38 anos foi “uma figura ímpar da Pátria Angolana, à qual se dedicou desde muito cedo, tendo tido relevante participação na luta contra a colonização, na conquista da Independência Nacional, na consolidação da Nação Angolana, na sua afirmação no contexto das Nações, na conquista da paz e reconstrução e reconciliação nacionais”.

No entanto, estas homenagens e celebrações não agradam à família que não quer que o corpo de José Eduardo dos Santos vá para Angola. A advogada de Tchizé dos Santos, uma das filhas do antigo Presidente, confirmou que a famíliainterpôs uma providência cautelar no tribunal para que o corpo não seja trasladado para Angola.

Mais tarde, num aúdio enviado para os jornalistas,Tchizé dos Santos acusou João Lourenço de ter anunciado a morte do antigo Presidente antes de a família ter conhecimento.

"Ainda não sabia que o meu pai tinha morrido e o senhor já tinha publicado a morte do meu pai, quem lhe deu mandato para divulgar sem eu ter conhecimento ainda? Quem lhe deu mandato para dizer quem deve ir ou não ao funeral?", questionou Tchizé dos Santos.

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