Sarkozy e Berlusconi pedem mudanças em tratado europeu
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciaram que enviaram hoje uma carta à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu, pedindo que “examinem a possibilidade de restabelecer temporariamente os controles de fronteiras internas” dos estados-membros. Os dois líderes encontraram-se em Roma para tratar sobre o aumento da imigração ilegal vinda do norte da África.
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"Schengen deve ser reformado. Nós queremos mais meios para que as fronteiras do espaço Schengen sejam garantidas", afirmou Sarkozy, em referência ao acordo que possibilitou o livre-trânsito de cidadãos entre as fronteiras dos 26 países signatários do tratado.
A carta conjunta foi endereçada ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e ao presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, para pedir uma maior colaboração dos outros países europeus com os que se situam na parte sul do bloco, mais próximos da África. O texto argumenta que os controles fronteiriços devem voltar a acontecer “em caso de dificuldade excepcional na gestão das fronteiras externas comuns, em condições a serem definidas”.
Sarkozy e Berlusconi ainda afirmam, na carta, que “as pressões nas fronteiras comuns acarretam consequências no conjunto dos países-membros”. Eles avaliam que a próxima reunião do Conselho Europeu, em junho, deveria “tomar decisões concretas em resposta às dificuldades atuais” de imigração, como um acordo com os países africanos envolvidos – a Tunísia, o Egito e a Líbia.
Ao final da reunião, o francês e o italiano declararam que são “muito favoráveis” a modificações no Tratado de Schengen “em circunstâncias excepcionais”. "Em circunstâncias excepcionais, nós acreditamos que devem haver modificações no Tratado de Schengen, sobre as quais nós decidimos trabalhar juntos”, disse Berlusconi à imprensa.
Os dois governantes avaliam que o reforço da Frontex, a agência europeia encarregada das questões de imigração, é fundamental, assim como o apoio financeiro aos países que recebem mais imigrantes.
Situação da Síria preocupa
Além da questão da imigração, Sarkozy e Berlusconi também demonstraram preocupação com a violência na Síria, e pediram ao presidente Bachar el-Assad para “parar a repressão violenta” aos protestos contra o seu governo. “A situação está inaceitável. Não se deve enviar tanques e o Exército contra manifestantes”, afirmou o presidente francês, que ao mesmo tempo excluiu uma intervenção militar na Síria sem a aprovação da ONU, “o que não é fácil de se conseguir”.
Mais cedo, a porta-voz-adjunta do Ministério das Relações Exteriores da França, Christine Fages, havia declarado que “a França pede que medidas fortes sejam adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU e pela União Européia para que cesse o uso da força contra a população” da Síria.
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