França tenciona pedir compensação financeira a Austrália na crise de submarinos

No âmbito da crise dos submarinos, provocada pela ruptura australiana de um contrato de compra de 12 submarinos à França, o ministério francês das Forças Armadas decidiu reclamar uma contrapartida financeira ao governo de Canberra. Segundo o referido  ministério que acusa a Austrália de "traição", as autoridades nunca abordaram com as suas homólogas a questão do cancelamento do importante contrato de mais de 50 mil milhões de euros.   

O Ministério francês das Forças Armadas, chefiado por Florence Parly, informou no dia 21 de Setembro de 2021,que a França tenciona reclamar uma compensação financeira perante a ruptura do contrato pela Austrália para a compra de submarinos franceses. © AFP - LUDOVIC MARIN

O  Ministério  Françês  das Forças  Armadas realçou no  dia 21 de Setembro  de 2021 que o  governo australiano nunca abordou com o seu homólogo francês a hipótese de uma rutpura do contrato  assinado com  o Naval Group, para a construção de doze  submarinos de propulsão pela  França.

O citado ministério qualificou a postura  de  "traição"  australiana, e  afirmou que a França decidiu  reclamar  uma  compensação financeira.

O Ministério Francês das Forças Armadas informou que um documento de trabalho datado de 15  de Setembro  de 2021, os  engenheiros australianos, assim como quadros da Royal Australian Navy envolvidos no contrato validaram a primeira fase do projecto do submarino  denominado " Attack".

De acordo com o governo francês, as motivações que levaram a ruptura do contrato por parte da Austrália, em benefício dos Estados Unidos não são  industriais.

O  Primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, recebido pelo Presidente Macron em Junho de 2021,tinha, segundo ele, feito referência à alguns problemas, sem nunca ter falado explicitamente do contrato.

Segundo observadores, a decisão de Canberra sobre a ruptura do contrato, teria sido tomada a partir de 10 de Setembro de 2021, quando uma delegação do Ministério da Defesa australiano viajou para Washington.

Os parceiros europeus da França manifestaram o seu apoio à Paris perante a evolução da crise dos  submarinos,  mas consideram que a tensão entre franceses e australianos não deve bloquear as  negociações comerciais para a assinatura de um acordo de livre troca entre a  União Europeia  e a Austrália.