Acesso ao principal conteúdo
Cimeira África-França

Cimeira África-França: As promessas de Emmanuel Macron

Durante a cimeira África-França, onze jovens africanos foram convidados para debater temas da actualidade político-social africana com o Presidente francês. Ao longo de duas horas, onze jovens defenderam sem limitações as suas ideias.

Cimeira África-França: As promessas de Emmanuel Macron
Cimeira África-França: As promessas de Emmanuel Macron AFP - LUDOVIC MARIN
Publicidade

Montpellier recebe até este sábado, 9 de Outubro, mais de 3.000 membros da sociedade civil africana para participar na cimeira África-França. Empresários, artistas, investigadores, atletas, estudantes, activistas estiveram reunidos para partilhar conhecimentos e construir um novo caminho nas relações entre o continente africano e a França.

Ontem à tarde, num debate aberto entre onze jovens e Emmanuel Macron, e perante uma plateia com mais de 3.000 pessoas, estes jovens pediram respostas "imediatas" e "concretas" ao Presidente francês.

Durante mais de duas horas, onze jovens: seis mulheres e cinco homens debateram com Emmanuel Macron temas da actualidade política africana no placo do Arena Montpellier.

Também presente na cimeira, a Ministra da Igualdade de Género, Diversidade e Igualdade de Oportunidades da França, de origem cabo-verdiana, Élisabeth Moreno foi a primeira a dirigir-se ao público: "estou muito feliz de estar aqui. A França e África fazem parte da minha identidade", afirmou comovida.

O chefe de Estado francês prosseguiu com uma curta apresentação da cimeira, salvaguardando que "normalmente, neste novo formato da cimeira, não era suposto haver um discurso do Presidente". Contudo, Emmanuel Macron não se conteve e "lançou agradecimentos às pessoas presentes". O chefe de Estado sublinhou que o formato da cimeira, sem Presidentes africanos, mas com a sociedade civil é fruto de uma compromisso que assumiu em Ouagadougou, em 2017.

"Depois das palavras é tempo de actos"

Um dos primeiros intervenientes do debate foi o investigador costa-marfinense, Arthur Banga, que afirmou ser "tempo de passar a actos".

"Neste encontro histórico onde é preciso tomar decisões forte para reconhecer e pedir desculpa ao continente africano. É preciso acabar com pactos e relações com ditadores africanos; como o Chade, a Guiné Conacri, a Costa do Marfim e o Mali", aponto o bloguista senegalês, Cheikh Fall.

Em resposta, Emmanuel Macron defendeu-se dizendo que as acusações da França manter relações dúbias com estes países "não fazem sentido", lembrando que condenou o terceiro mandato do Presidente guineense, apoiou a posição da CEDEAO quanto ao golpe de Estado e que o Chade enfrenta uma guerra.

O Presidente francês considerou que os pedidos de desculpa são "fáceis", embora tenha reconhecido a responsabilidade da França no trafico triangular e na escravatura em África. "Não é o momento de pedir desculpa. Este é um  momento de reconhecimento e de promessa", afirmou.

A jovem empresária do Burkina Faso, Aldaa Koama, defendeu que o continente africano só se pode desenvolver com colaborações "transparentes, construtivas e serenas".

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.