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Presidenciais França

Jean-Luc Mélenchon: “Apelo a não dar nenhum voto à Marine Le Pen”

O terceiro candidato mais votado nas Eleições Presidenciais de 2022, Jean-Luc Mélenchon, apelou a não votar a favor de Marine Le Pen, na segunda volta, a 24 de Abril de 2022.

Jean-Luc Mélenchon, candidato da França Insubmissa, esquerda, obteve 20,1 % da votação.
Jean-Luc Mélenchon, candidato da França Insubmissa, esquerda, obteve 20,1 % da votação. AFP - EMMANUEL DUNAND
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Emmanuel Macron, Presidente cessante, e Marine Le Pen, da extrema-direita, estão na segunda volta das eleições presidenciais francesas. As projecções à boca das urnas dão Macron vencedor com 28,1% da votação e Marine Le Pen, com 23,3%. Em terceiro lugar deste sufrágio ficou Jean-Luc Mélenchon, candidato da França Insubmissa, esquerda, obteve 20,1 % da votação.

Jean-Luc Mélenchon da França Insubmissa realizou o melhor resultado de sempre na sua carreira numa presidencial em França, com 20,30% da votação.

O candidato da esquerda radical tinha alcançado 11,10% em 2012 e 19,58% em 2017, tendo sempre ficado em quarto lugar.

Desta vez, Jean-Luc Mélenchon alcançou o terceiro lugar e apelou a votar contra Marine Le Pen.

O candidato da França Insubmissa, que teve 20,30%, afirmou que “uma nova página da luta se abriu. Vamos enfrentá-la com o orgulho do trabalho que realizámos”, admitindo, ainda, que a França está num “Estado de urgência política”.

Jean-Luc Mélenchon prosseguiu em discurso directo: “Este quadro que temos, não é aquele que queríamos mas é devido à 5ª República. Eu sei que estão irritados, mas não vão nesse sentido para não cometerem erros impensáveis. Enquanto há vida, há luta. Apelo a não dar nenhum voto à senhora Le Pen”, concluiu.

Jean-Luc Mélenchon apelou aos 300 000 apoiantes a votarem num escrutínio interno para decidirem se votam por Emmanuel Macron, ou se vão escolher a abstenção.

Na corrida ao Eliseu estavam 12 candidatos. 

Eric Zemmour, do partido de extrema-direita Reconquista, apelou os seus eleitores “a votar por Marine Le Pen”, apesar dos “desentendimentos” entre ambos ao longo desta campanha. “Mas face a Marine Le Pen está um homem que deixou entrar dois milhões de imigrantes [em França], que não falou de segurança ou imigração nesta campanha. Eu não me enganei de adversário”, ressalvou. 

Eric Zemmou que garante “continuar a defender a França e as nossas ideias. (...) O facto que vocês foram dois milhões a apoiar um homem que começou sem nada, que nem sequer é um político, mostra que a minha mensagem foi ouvida”. 

Os resultados de esta noite também não foram animadores para Valérie Pécresse, candidata do partido Os Republicanos, direita, sublinhou que "apesar da paixão que me move, apesar da qualidade do nosso projecto, não consegui nesta campanha atrofiada e vazia de verdadeiros debates vos convencer. (...) Este resultado é uma decepção pessoal e colectiva. Assumo em responsabilidade toda a minha parte nesta derrota. (...) Estou profundamente preocupada com o futuro do nosso pais, numa altura em que a extrema-direita nunca esteve tão perto do poder. (...) Eu votarei em consciência Emmanuel Macron para impedir a chegada ao poder de Marine Le Pen e do caos que daí resultaria”.

Yannick Jadot, candidato ecologista, que obteve 4.3% dos votos, apelou “ao bloqueio da extrema-direita ao depositar nas urnas um boletim Emmanuel Macron a 24 de Abril. Que ninguém subestime a ameaça maior que representa a extrema-direita”, alertou Jadot. 

Jean Lassalle, do partido Résistons, que obteve 3% dos votos deixou ao critério dos seus eleitores a escolha do candidato a apoiar na segunda volta: "Desta vez, eu voto mas o meu voto apenas respeito a mim próprio, uma vez que neste momento sou um simples cidadão. Todavia, como vocês foram suficientemente inteligentes ao ponto de nos escolherem apesar das dificuldades, eu confio totalmente em vocês para fazer a vossa escolha dentro de 15 dias”.

Fabien Roussel do partido comunista evidenciou que “a forte abstenção revela um mal-estar profundo” em França. O candidato lamenta que “a extrema-direita esteja mais forte que nunca” e diz que é o presidente cessante o “primeiro responsável desta situação". 

Russel acrescentou que fará “a escolha da responsabilidade (...) nunca permitirei que um projecto racista e xenófobo seja colocado no topo do Estado. Apelo ao combate à extrema-direita ao utilizar o único boletim de voto que estará à nossa disposiçao”. 

Nicolas Dupont-Aignan, do partido de extrema direita Debout la France, citou De Gaulle: “sejamos firmes, puros e fiéis. No fim das nossas dores, há a maior glória do mundo, a dos homens que não cederam”. O candidato apelou “os franceses a fazerem tudo para barrarem a reeleição de Macron”. 

Anne Hidalgo, candidata do Partido Socialista ficou-se pelos 1,9%, um resultado historicamente baixo. Na sede de campanha, Anne Hidalgo apelou ao voto contra a extrema-direita de Marine Le Pen.

“Para que a França não se transforme no ódio de todos contra todos, eu peço-vos com graciosidade para votares a 24 de Abril contra a extrema-direita de Marine Le Pen ao utilizarem o boletim de voto de Emmanuel Macron”.

Philippe Poutou do Novo Partido Anticapitalista apelou esta noite a “não dar voz” a Marine Le Pen na segunda volta das presidenciais, todavia não deu nenhuma orientação de voto a favor de Emmanuel Macron, que considera ser um “bombeiro pirómano cujas políticas são a causa da subida da União Nacional”.

A candidata da Lutte ouvrière Nathalie Arthaud criticou a ascensão de Macron e Le Pen, “dois inimigos mortais dos trabalhadores”. A candidata não deu orientação de voto para a segunda volta, sublinhando que independentemente do resultado de 24 de Abril, Macron fará Le Pen e Le Pen fará de Macron”.

Confira os resultados completos aqui.

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