Ministros franceses aprovam projeto polêmico contra islamismo radical
Nesta quarta-feira, o Conselho de ministros da França aprovou um pacote de medidas para lutar contra o islamismo radical, proposto pelo presidente Nicolas Sarkozy. A iniciativa foi tomada depois dos sete assassinatos cometidos pelo jovem extremista Mohamed Merah, no mês passado, em Toulouse, no sudoeste do país. A oposição critica o pacote por seu caráter eleitoreiro e considera que as medidas podem prejudicar futuras investigações nos meios islâmicos.
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O projeto de lei aprovado pelos ministros deverá ser submetido ao Parlamento apenas depois das eleições presidenciais, caso o chefe de Estado, Nicolas Sarkozy, seja reeleito. Atualmente, o Congresso está em recesso devido às eleições presidenciais.
O projeto prevê a sanção penal da consulta de sites extremistas, assim como viagens ao exterior para "doutrinamento" por islamitas radicais. Os atos terroristas e a apologia destes atos também serão considerados um delito penal.
Polêmica
O projeto de lei vem criando grande polêmica por parte da oposição, que o considera, em primeiro lugar, oportunista em plena campanha eleitoral.
A porta-voz socialista do governo, Valérie Pécresse, alega que se o projeto for adotado, pode originar um novo delito."Toda a pessoa que consultar habitualmente, e sem motivo legítimo, sites que provoquem ou façam apologia do terrorismo e que projetem imagens de atos de terrorismo, será punida. Isto é uma mudança maior, pois lembro que antes, para ser indiciada, uma pessoa deveria cometer uma infração de natureza terrorista sobre o território francês", alega Valérie Pécresse. O texto prevê que jornalistas e especialistas não serão penalizados.
Outro argumento da oposição é que uma das armas das autoridades para localizar e prender os islamitas radicais são, justamente, os sites na internet.
Os fatos
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou essas medidas algumas horas depois da morte, em 22 de março passado, de Mohamed Merah. O franco-argelino foi morto pela polícia depois da invasão de seu apartamento em Toulouse, no sudoeste, onde estava entricheirado.
O jovem reivindicou sua ligação com a rede terrorista Al-Qaeda. Ele matou sete pessoas - três militares, três alunos e um professor de uma escola judaica - causando uma verdadeira comoção na França e nos meios judaicos internacionais.
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