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França: actos anti-semitas aumentaram de 74% em 2018

O balanço publicado esta terça-feira indica que em 2018 a França registou um acréscimo de actos anti-semitas, mas uma redução nos actos anti-muçulmanos acções condenadas por unanimidade pelo parlamento, responsáveis políticos e organizações judaicas e muçulmanas.

Caixas do correio vandalizadas com a cruz soática sobre a fotografia de Simone Veil
Caixas do correio vandalizadas com a cruz soática sobre a fotografia de Simone Veil Reuters
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Segundo o balanço publicado esta erça-feira (12/02) pelo Ministério do Interior, o número de actos de carácter racista e xenófobo diminuiu em 2018 em relação a actos contra a comunidade muçulmana, mas aumentou de 74% em relação às ameaças e violências contra os judeus.

O relatório enumera 541 actos anti-semitas cometidos em 2018, entre os quais 81 acções violentas, entre as quais o assassínio em Março, no seu apartamento em Paris de Mireille Knoll, uma idosa judia de mais de 80 anos, crime pelo qual dois suspeitos estão sob custódia policial.

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Anti-semitismo aumentou em 2018 em França

Registou-se pois um significativo aumento em relação a 2017, ano que que foram denunciadas 358 ameaças anti-semitas e uma centena de actos anti-muçulmanos, o nível mais baixo desde 2010, sendo que o recorde macabro foi atingido em 2015 com 808 acções antisemitas.

O primeiro-ministro Édouard Philippe manifestou hoje a sua "ira" contra a recrudescência de actos anti-semitas "repugnantes" e pediu uma resposta que alie sanções e educação.

Édouard Philippe entrega esta noite o prémio Halimi, em memória do jovem judeu Ilan Halimi de 23 anos, que em 2006 foi sequestrado, torturado e assassinado nos arredores de Paris, pelo grupo auto-denominado "gang dos bárbaros" e uma árvore plantada no local em homenagem a Ilal Halimi foi aliás barbaramente serrada este fim de semana.

Este balanço surge precisamente depois de no passado fim de semana em Paris terem surgido várias pichagens anti-judaicas, como a palavra "Juden" (o que significa judeus em alemão) escrita na montra de um restaurante em Paris ou cruzes gamadas ou soásticas vandalizando imagens de Simone Veil, eminente figura política francesa e europeia deportada aos 15 anos para o campo de concentração nazi de Auschwitz.

Duma forma global os actos racistas ou xenófobos, no sentido lato, excluindo anti-semitas ou anti-muçulmanos baixaram de 4,2% em 2018, com 496 denúncias, após uma redução espectacular de menos 14,8% em 2017, segundo dados do Ministério do Interior.

O ministro do interior Christophe Castaner reitera em comunicado que e cito "anti-semitismo, islamofobia, anti-cristianismo, racismo ou xenofobia: não há pequenas ameaças, nem pequenos insultos...nada será tolerado, cada culpado deverá ser encontrado e julgado".

O ministro do interior indicou ainda que 824 locais ligados à comunidade judaica estão sob protecção policial e tal como o primeiro-ministro defendeu a prevenção nas escolas, famílias e clubes de desporto, reiterou que as "forças de segurança estão treinadas para nunca ignorar o que tais actos podem esconder" e evocou também a "responsabilidade crescente dos gestores das redes sociais".

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