Partido de Sarkozy entre em crise após derrota nas urnas
A agitação política na França e as repercussões da derrota do partido UMP do presidente Nicolas Sarkozy nas eleições locais no último domingo dominam as manchetes da imprensa francesa. Os jornais destacam a reação do chefe de estado francês que tenta relativizar a derrota eleitoral e analisam as implicações do resultado das urnas para a próxima batalha eleitoral: as presidenciais do ano que vem.
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O jornal conservador Le Figaro dedica sua reportagem principal à reação do presidente Sarkozy que tentou minimizar a derrota nas urnas e pediu união de seu partido, acusando diretamente membros de sua família política de querer dividir o UMP. Um recado aos chamados centristas e aos radicais.
O jornal conservador também relativiza os resultados do partido Frente Nacional, de extrema-direita, que aumentou sua votação nestas eleições locais. De 620 mil votos no primeiro turno para mais de 915 mil no segundo turno. Apesar do crescimento, o partido elegeu poucos candidatos nos conselhos regionais, observa o Le Figaro.
O jornal escreve que a extrema-direita já colhe os frutos de uma imagem renovada representada pela presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, que substituiu seu pai, Jean Marie Le Pen, na liderança do partido.
O Libération dedica sua manchete às tensões internas dentro do UMP e o atrito no primeiro escalão do partido, entre o chefe do partido, Jean-François Copé e o primeiro-ministro francês. François Fillon fez duras críticas ao debate programado para a semana que vem sobre o lugar do islamismo na sociedade francesa. Segundo o Libé, Copé não suporta a postura moral adotada pelo chefe de governo e declarou guerra a François Fillon.
O católico La Croix aborda outros dois aspectos da crise interna do maior partido conservador do país: a linha adotada pelo presidente Sarkozy e pelo chefe do partido Jean-François Copé que é contestada entre os conservadores e a divisão do UMP até sobre os temas de campanha para as eleições presidenciais no ano que vem.
A estratégia política e eleitoral do Palácio do Eliseu já é contestada abertamente pelo partido, escreve o comunista L'Humanité. Para o jornal, as eleições locais provocaram verdadeiros terremotos políticos em nível nacional e revelam o clima das próximas eleições para presidente. Clima que, segundo o jornal, é marcado por uma crise democrática profunda e o crescimento da extrema-direita no cenário político francês.
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