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Brics/África do Sul

Brics fecham acordo de princípio sobre banco

O ministro sul-africano das Finanças, Pravin Gordhan, afirmou nesta terça-feira que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) fecharam um "acordo de princípio" para a criação do banco de desenvolvimento do grupo, que deve financiar projetos de infraestrutura e é um dos principais temas na agenda da cúpula dos emergentes que começou hoje em Durban.

A presidente Dilma é recebida no aeroporto de Durban pelo ministro sul-africano de Obras Publicas, Thembelani Thulas Nxesi.
A presidente Dilma é recebida no aeroporto de Durban pelo ministro sul-africano de Obras Publicas, Thembelani Thulas Nxesi. REUTERS/GCIS/Jacoline Prinsloo/Handout
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Adriana Moysés, em Durban

Como diz a expressão “o diabo mora nos detalhes”, ainda faltam muitos aspectos técnicos para serem acertados antes de o banco do Brics ver a luz do dia. E a Rússia acha que o assunto merece um prazo mais longo de negociações.

A forma de capitalização do banco de fomento, com aportes idênticos ou proporcionais ao PIB de cada emergente, é um dos nós das discussões. O país sede do banco e a forma de governança ainda não são consensuais. O banco do Brics poderia nascer com um capital de US$ 50 bilhões, dividido igualmente, mas a Rússia evita se comprometer com um montante preciso. Em entrevista exclusiva à RFI, o ministro russo das Finanças, Anton Suluanov, disse que ainda é cedo para definir quotas de capitalização.

O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que as negociações estão avançadas, e os líderes do Brics poderão anunciar um compromisso nesta quarta-feira. O Brasil propôs a constituição do banco em 2014, quando o país volta a sediar o encontro de líderes.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, ao sair de uma reunião com empresários afirmou que o Brics precisa explorar melhor o potencial de investimentos nos países do grupo. Pimentel citou o pacote de concessões para a construção de portos, aeroportos e rodovias lançado pelo governo e os US$ 400 bilhões do pré-sal em dez anos.

O presidente russo, Vladimir Putin, teve uma longa reunião bilateral com o anfitrião da cúpula Jacob Zuma. A conversa se prolongou a ponto de Zuma cancelar a bilateral prevista com a presidente Dilma Rousseff. Dilma chegou à Durban nesta terça-feira e conversou apenas com o premiê indiano, Manmohan Singh. À noite, ela foi à cerimônia de abertura da cúpula, um espetáculo musical, mas não compareceu ao jantar de gala oferecido por Zuma aos chefes de Estado do Brics.

Contra a dominação ocidental

Reunindo 43% da população mundial e um quarto do PIB do planeta, os emergentes estão determinados a se dotar de instituições e mecanismos comuns que permitam ao grupo contornar o circuito dominado pelos países ricos - FMI, Banco Mundial e agências de notação de risco. Por sinal, o Banco Mundial reagiu positivamente à criação do banco dos emergentes, preferindo não ver a nova instituição como concorrente, em nota divulgada em Washington.

Além do banco, os líderes do Brics podem anunciar nesta quarta-feira a constituição de um fundo de reservas de US$ 100 bilhões para socorrer o grupo em caso de crise conjuntural. Assim, o Brics se vê livre dos empréstimos e da cartilha do FMI.

Paralelamente à cúpula do Brics, China e Brasil assinaram em Durban um acordo de troca (“swap”) cambial em moeda nacional de US$ 30 bilhões, para proteger o comércio bilateral de crises de crédito. Nesta quarta, Dilma tem um encontro bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping.

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