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Europa/ meio ambiente

Proteção da indústria causa veto europeu a proposta para mercado de CO2

O Parlamento Europeu rejeitou nesta terça-feira uma medida que teria aumentado o preço das cotas de emissão de CO2 na União Europeia, para evitar prejuízos às indústrias, que sofrem com os efeitos da crise econômica no bloco. A medida pode ter graves efeitos sobre o plano europeu de luta contra o aquecimento global, um dos mais ambiciosos do mundo.

Connie Hedegaard, Comissária europeia responsável pelo Clima, que fracassou na provação da proposta.
Connie Hedegaard, Comissária europeia responsável pelo Clima, que fracassou na provação da proposta. Wikipedia
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Com uma votação apertada de 334 votos contra, 315 a favor e 63 abstenções, os eurodeputados rejeitaram uma proposta para congelar a venda de 900 milhões de toneladas de cotas de emissores de CO2, de um total de 8,5 bilhões colocadas à venda pela UE no período 2013-2020. A medida visava a impedir a queda ainda maior do preço de CO2, que com a atividade industrial em baixa no continente, caiu para apenas 5 euros a tonelada.

O mercado de cotas de emissão de CO2 é um dos principais instrumentos para lutar contra as mudanças climáticas na Europa, mas a queda do preço da tonelada diminui sua eficácia. A rejeição do projeto, contestada pela Comissão Europeia, teve efeitos imediatos: o preço despencou a 3 euros a tonelada no mercado de cotas e emissores de gases poluentes na União Europeia.

A queda nos preços deve prejudicar o orçamento europeu para a luta contra o aquecimento global. O plano de ação, traçado em 2008, é baseado no financiamento obtido pela venda de permissão de poluição por CO2 ao custo de 24 euros por tonelada emitida do gás.

Na segunda-feira, a comissária europeia do Clima, Connie Hedegaard, havia defendido a proposta diante dos parlamentares. “Há urgência em agir”, disse. O congelamento das vendas teria dobrado o preço da tonelada, conforme Hedegaard. “O direito de poluir o nosso clima precisa ter um preço. E para isso, é preciso reduzir as permissões”, explicou.

A indústria pesada havia feito um forte lobby contra a proposta e conseguiu o apoio do Grupo do Partido Popular Europeu, a maior força política do Parlamento, com um terço dos 754 deputados. Representantes do partido argumentaram não querer aumentar ainda mais as taxas sobre o setor.
 

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