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Cineastas se mobilizam para defender política cultural europeia contra ameaça americana

A abertura do Festival de Cannes é a ocasião para os jornais franceses questionarem a ameaça que representa para o cinema francês o acordo de livre comércio que está sendo negociado entre a União Europa e os Estados Unidos. No foco desta preocupação, a política cultural do país que garante o financiamento da produção e também a distribuição de filmes.

Instalação de cartazes nas vésperas da abertura do Festival de Cannes.
Instalação de cartazes nas vésperas da abertura do Festival de Cannes. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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O jornal L'Humanité afirma em sua manchete que neste momento em que o Festival de Cannes abre suas portas, os cineastas europeus se mobilizam para defender a política cultural em vigor no continente contra o acordo de livre comércio entre a Europa e os Estados Unidos.

O diário comunista critica duramente a Comissão Europeia por considerar a cultura, o cinema e o setor audiovisual uma mercadoria como outra qualquer e incluí-los nas negociações sobre serviços, cedendo às pressões dos americanos.

Sem a proteção que existe atualmente para financiar e distribuir filmes europeus, o jornal prevê uma invasão dos filmes americanos e a expansão dos gigantes da internet, que se tornaram uma grande vitrine da produção audiovisual e disputam o mercado concorrendo com o cinema e a televisão.

A Coreia do Sul já reduziu em 25% sua produção cinematográfica por causa dos filmes americanos. Para evitar o mesmo na Europa, cineastas belgas, italianos, franceses entre outras nacionalidades estão em campanha para proteger o sistema europeu, escrever o L'Humanité

O Libération também saiu em defesa dessa política também conhecida como "exceção cultural". Em editorial, o Libé lembra que hoje em dia, um filme é visto não apenas no cinema mas também na tela de um computador e até de um smartphone e, por isso, esses setores também devem ser submetidos às mesmas regras e contribuir para financiar a produção de filmes.

O jornal também aproveita a abertura do Festival de Cannes para fazer um balanço do cinema francês e o comparou à situação de um doente que está com boa saúde. Isso porque economicamente o cinema francês vai bem, mas o atual sistema de financiamento privilegia os grandes produtores em detrimento dos projetos mais modestos, criando um desequilíbrio e uma preocupação.

O clima este ano, diz o Libé, é bem diferente do ano passado quando o cinema francês foi premiado com um Oscar com "O Artista" e muitos filmes contribuíram para o setor bater recordes de bilheteria e de produção.

Violência no futebol

O Le Figaro dedica sua manchete ao triste espetáculo na noite de segunda feira em Paris, durante a festa da entrega do troféu de campeão francês ao PSG. Segundo o jornal conservador, os incidentes e confrontos entre os baderneiros e a polícia provocaram uma onda de indignação e questionamentos sobre as responsabilidade do ministério do Interior e a chefia da polícia em relação aos distúrbios que estragaram o clima que deveria ser de festa.

O Aujourd'hui en France afirma que a confusão era previsível. O local foi mal escolhido, os policiais estavam mal informados e as forças de ordem sobrecarregadas. O fiasco da noite de segunda-feira não se deve apenas ao bando de baderneiros mas também à falta de preparação do governo e da polícia, afirma o jornal.

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