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França/Governo

François Hollande usou coletiva para se "autojustificar", diz imprensa

Os jornais franceses desta sexta-feira (19) repercutem a longa entrevista coletiva concedida ontem pelo presidente François Hollande no Palácio do Eliseu, em Paris. A imprensa é quase unânime em afirmar que o chefe de Estado passou a maior parte do tempo justificando sua ação e a de seu governo e não revelou nada de novo aos franceses.

A coletiva de imprensa do presidente François Hollande no Palácio do Eliseu, 18 de setembro de 2014.
A coletiva de imprensa do presidente François Hollande no Palácio do Eliseu, 18 de setembro de 2014. REUTERS/Christian Hartmann
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Le Figaro abusou da ironia ao estampar uma declaração de Hollande durante a coletiva: "Não é fácil". Para o jornal conservador, a frase resume toda a impotência do líder socialista em cumprir promessas como a geração de empregos e redução do déficit público. É uma constatação preocupante, afirma o jornal, que insistiu várias vezes na ironia: o que ele fez até agora "não foi fácil" e não fará muita coisa no futuro, porque sua maioria no parlamento também "não é fácil".

Em seu editorial, Le Figaro diz que Hollande está condenado a praticar um estranho exercício: o da "autojustificação", mas sem convencer ninguém. Enquanto isso, o país caminha para o declínio, lamenta o jornal, que destaca ainda a declaração de Hollande de querer cumprir seu mandato até o final, em 2017.

De pé, apesar da tempestade

Aujourd'hui en France empregou a mesma expressão, "exercício de autojustificação", para resumir as mais de duas horas de entrevista coletiva de Hollande. O presidente socialista, muito criticado e em pleno desamor com a opinião pública, não fez anúncio algum, nem fixou novas metas, escreveu o jornal. Hollande mostrou que está preocupado com a segurança dos franceses ao explicar seu combate contra os jihadistas, e também quis passar a imagem de "presidente protetor" diante das dificuldades econômicas do país.

A indicação que Hollande vai cumprir seu mandato até o fim e não se curvará aos resultados das pesquisas de opinião chama a atenção do Aujourd'hui en France. O jornal escreveu em sua manchete: "Presidente de pé, apesar de tudo..."

Resultados concretos antes de 2017

Les Echos diz que nessa sua quarta entrevista coletiva desde que assumiu a presidência da França, Hollande se preocupou em defender sua política e expressou o desejo de que ela produza resultados concretos até o final de seu mandato, em 2017.

O jornal destaca uma resposta do socialista à chanceler alemã Angela Merkel, que defende o respeito às regras de equilíbrio orçamentário e aceleração de reformas. Hollande deixou claro que os cortes de gastos do governo não devem ser realizados de maneira forçada diante do atual cenário de crescimento baixo. Para Hollande, a prioridade é restaurar a competitividade das empresas francesas e gerar empregos, afirma Les Echos.

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