Guiné-Bissau/Covid-19: não respeito do confinamento poderá fazer disparar o número de infectados
Na Guiné-Bissau, segundo as autoridades sanitárias 257 pessoas estão infectadas pelo Covid-19, mas esse número poderá disparar, dado que alguns membros do Governo não respeitam as medidas de confinamento e poderão vir a ser os principais focos de contágio.O país recebeu no sábado um "remédio" milagre à base de artemísia doado por Madagascar.
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Até este domingo (3/05) oficialmente são 257 as pessoas infetadas pela pandemia de Covid-19, mas segundo uma fonte que lida com o processo de colecta de dados, esse número deverá aumentar exponencialmente, já na segunda-feira (4/05).
Bissau é o principal foco de infecção e os membros do Governo são tidos como elementos que estão a espalhar a contaminação, porquanto vários deles não estão a respeitar as orientações médicas no sentido de se confinarem.
O primeiro-ministro, Nuno Nabian e vários membros do seu Governo, bem como algumas altas chefias de segurança, dados como infectados, estão confinados numa unidade hoteleira de Bissau.
A questão é que alguns membros do executivo, que também testaram positivo, recusam-se a ir para aquele hotel, preferindo ficar nas suas casas ou em contacto com a população.
"Remédio" à base de artemísia vindo de Madagascar versus diplomacia de influência ?
A grande esperança de momento está no Covid Organics, que o Presidente Umaro Sissoco Embaló mandou vir de Madagáscar, uma decocção à base de plantas medicinais tradicionais, sobretudo folhas secas de artemisia, uma planta cuja eficácia foi provada em multi-terapias contra a malária, que o Presidente malgaxe Andry Rajoelina apresentou a 20 de Abril como um "remédio" para prevenir e curar o novo coronavírus em 10 dias.
A ministra guineense da Defesa Sandji Fati deslocou-se a Madagascar e no sábado (2/05) um avião aterrou em Bissau vindo de Antanarivo, com a bordo dezenas de caixas daquela decocção, entre as quais algumas são destinadas aos restantes 14 países da CEDEAO, como uma doação de Madagascar.
Acredita-se que o Covid Organics começará a ser ministrado aos doentes já a partir de segunda-feira (4/05) sendo que a Guiné-Bissau é o segundo país depois da Guiné Equatorial, a aconselhar esta "poção mágica", que suscita muito cepticismo, dado que nenhum estudo científico sobre a sua eficácia contra o SARS-CoV2 ter sido levado a cabo, como alerta a OMS.
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