Guiné-Bissau conta 46 anos de independência
O documentário "Guiné-Bissau: Da Memória ao Futuro", estreia esta noite na RTP África, no dia em que o país assinala o 46.º aniversário da independência. O filme testemunha as esperanças e os bloqueios que foram construindo a Guiné-Bissau ao longo de mais de quatro décadas.
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A Guiné-Bissau está hoje longe de ser o sonho dos antigos combatentes descreve a realizadora Diana Andringa.
Diana Andringa, realizadora de documentário sobre a Guiné-Bissau
Ouça nesta quarta-feira na rubrica "Artes" a entrevista alargada à realizadora portuguesa do documentário com Lígia Anjos.
Foi a 24 de Setembro de 1973 em Madina do Boé, no Leste, que "Nino" Vieira, presidente da Assembleia Nacional popular do PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, proclamou a independência unilateral do país.
O seu movimento que desde Janeiro de 1963 começara a luta armada contra a potência colonial.
As tropas de Lisboa que, ainda mais do que em Angola ou em Moçambique, encontraram nas matas da Guiné uma resistência militar aguerrida.
O apoio logístico da Guiné Conacri foi fundamental para tal, para além de uma vasta rede de solidariedade internacional incluindo países como Cuba, China ou a então URSS, União das repúblicas socialistas soviéticas.
A Revolução portuguesa dos Cravos a 25 de Abril de 1974 veio permitir a descolonização e consequente reconhecimento da independência da Guiné-Bissau por Lisboa em Setembro desse ano, com a transferência oficial de poderes a ocorrer em Novembro.
Luís Cabral, meio irmão de Amílcar Cabral, ideólogo da independência conjunta da Guiné e de Cabo Verde assassinado em Conacri em Janeiro de 1973, assumia, então, a chefia do Estado.
Os demais quatro territórios "ultramarinos" portugueses em África só acederiam às respectivas independências em 1975.
A efeméride foi assinalada na capital guineense pelo chefe de Estado com um discurso.
José Mário Vaz, um dos candidatos à sua própria sucessão nas eleições de 24 de Novembro, apelou ao voto nesse escrutínio, onde concorre como independente.
Também conhecido como Jomav o presidente afirmou não haver lugar para traficantes de droga e respectivos cúmplices internos.
O chefe de Estado cessante, oriundo das fileiras do PAIGC, com o qual entrou em colisão questionou o paradeiro dos dinheiros públicos.
"Para onde foram os nossos recursos internos ou seja as receitas diárias da nossa Direcção-Geral das Alfândegas, sobretudo a receita da campanha da castanha de caju, as receitas diárias da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos, os fundos autónomos e os apoios orçamentais ?", interrogou o presidente guineense citado pela agência Lusa.
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