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Moçambique

Reacções de indignação depois de violências contra manifestantes em Moçambique

Os partidos políticos da oposição em Moçambique e a ordem dos advogados criticam a violência da polícia contra cidadãos que pretendiam marchar para homenagear o rapper Azagaia. Estes consideram que a actuação brutal das forças de defesa e segurança vai manchar a presidência de Moçambique no Conselho de Segurança das Nações Unidas onde é membro não permanente desde Janeiro por um período de 2 anos. 

A polícia reprimiu ontem, 18 de Março de 2023, uma manifestação de homenagem a Azagaia em Maputo, com recurso a gás lacrimogéneo e agressões físicas contra manifestantes.
A polícia reprimiu ontem, 18 de Março de 2023, uma manifestação de homenagem a Azagaia em Maputo, com recurso a gás lacrimogéneo e agressões físicas contra manifestantes. LUSA - LUÍSA NHANTUMBO
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O ambiente de calma contrasta com o sábado que foi marcado por actos de violência da polícia contra cidadãos que saíram à rua para marchar em homenagem ao músico de intervenção social Azagaia falecido há pouco mais de uma semana. Uma acção que para Lutero Simango, Presidente do MDM na oposição, belisca a imagem de Moçambique que preside actualmente o conselho de segurança das Nações Unidas.

"Que presidência estamos a demonstrar com toda esta violação dos Direitos Humanos e também a violação dos princípios básicos da paz ?" questionou o responsável político.

A liga da juventude da Renamo, através do seu presidente, Ivan Mazanga, vai mais longe. "Queremos instar a Assembleia Geral das Nações Unidas para que suspenda a eleição de Moçambique a membro não permanente do Conselho de segurança e revogue imediatamente a sua posição de presidente deste órgão porque o governo já demonstrou fazer parte dos piores regimes do mundo, o que o torna indigno andar junto das nações civilizadas deste mundo", disse este militante da oposição.

A Ordem dos Advogados de Moçambique, através da sua comissão dos Direitos Humanos, entende que o governo deve ser responsabilizado pela actuação dos seus agentes, numa altura em que o país passou a assumir em Janeiro um mandato de dois anos como membro não permanente da Conselho de segurança das Nações Unidas. 

A nível externo, a Amnistia Internacional também expressou o seu repúdio pelo sucedido. "A resposta musculada da polícia moçambicana a estas manifestações pacíficas, incluindo espancamento de manifestantes com bastões, causando-lhes ferimentos, é um acto ultrajante de policiamento contra manifestantes indefesos", considerou em comunicado esta organização de defesa dos Direitos Humanos.

Ao denunciar as "detenções arbitrárias", bem como a utilização de gás lacrimogéneo e as agressões aos manifestantes durante a marcha, a Amnistia Internacional disse que estes actos constituem "uma violação ao direito de liberdade de reunião".

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