Moçambique: Frelimo quer governar, oposição deseja recontagem
Em Moçambique, foram retomadas hoje as sessões plenárias da Assembleia da República, boicotadas pela oposição, que contestam os dados preliminares oficiais das eleições autárquicas do passado dia 11.
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A Frelimo, partido no poder, que teria vencido 64 dos 65 municípios, na abertura dos trabalhos no parlamento, em declarações recolhidas pela agência Lusa, afirmou ter legitimidade para governar a maioria das autarquias nos próximos cinco anos. Sérgio Pantie é o respectivo líder da bancada.
“A contagem intermédia do STAE - Secretariado Técnico de Administração Eleitoral - e da CNE - Comissão Nacional de Eleições -, órgãos de gestão de processos eleitorais, atesta que o povo deu legitimidade à Frelimo para governar a maioria das autarquias, nos próximos cinco anos. Os eleitores escolheram o partido que melhor está preparado e em condições de resolver as suas preocupações do dia-a-dia. Em relação à província de Nampula, vale lembrar aos moçambicanos que nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo perdeu a maioria das autarquias. Após a derrota, a Frelimo não pós em causa os resultados anunciados pelos órgãos de gestão eleitoral, não realizou marchas de protesto, não incitou à violência tão pouco à desobediência civil, tendo tempestivamente felicitado o vencedor”, concluiu Sérgio Pantie.
Sérgio Pantie, líder da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República 19-10-2023
O MDM, terceira força do país, e a única da oposição a ter ganho um município, a Cidade da Beira, nas eleições autárquicas da semana passada, segundo dados oficiais, pede, tal como a Renamo, por exemplo, que se voltem a contar os votos do escrutínio de 11 de Outubro.
Lutero Simango, presidente do Movimento democrático de Moçambique, critica a gestão do processo pela Comissão nacional de eleições e pelo Secretariado técnico de administração eleitoral. Ouçamo-lo, aqui num registo da agência Lusa.
“É correcto que se faça a recontagem dos resultados na base dos editais existentes. O STAE vai numa direcção e a CNE vai numa outra direcção, então nós não podemos garantir um processo transparente e justo enquanto estas duas entidades andam em rotas opostas”, frisou Lutero Simango.
Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique 19-10-2023
De referir ainda que Edson Cortez, director do Centro de Integridade Pública (CIP), deixou também ele algumas observações: “Com base na nossa observação e evidências recolhidas nas mesas de voto, notamos com preocupação que as sextas eleições autárquicas não foram transparentes, íntegras e imparciais”.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país, incluindo 12 novas autarquias. Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo STAE nos últimos dias sobre 50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e o MDM, terceiro maior partido, na Beira.
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