Moçambique: fraca taxa de utilização de anticoncepcionais
Em Moçambique 30% das mulheres em idade fértil não têm acesso a métodos anticoncepcionais, campanha em curso tenta sensibilisar e promover a sua utilização.
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O baixo uso de contraceptivos em Moçambique está a preocupar as autoridades de saúde, segundo a chefe do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança no Ministério da Saúde, Páscoa Zualo Wate.
Neste dia mundial da contracepção Páscoa Wate alertou: "o acesso aos métodos de contracepção para os adolescentes e jovens ainda é muito reduzido, quando comparado com a população em geral. Se nós perguntarmos à população em geral - portanto mulheres dos 15 aos 49 anos de idade - que precisaram de um método de planeamento familiar e não tiveram acesso, neste conjunto são cerca de 25% de pessoas, mas se nós olharmos para os adolescentes este número já é acima de 30%".
As gravidezes indesejadas são parte do impacto desta situação e, para inverter o cenário o ministério da saúde leva a cabo até ao dia 29, uma campanha de sensibilização e de promoção de uso de métodos contraceptivos, uma iniciativa que se enquadra nas comemorações do Dia Mundial da Contracepção, que se assinala nesta terça-feira (26/09).
As autoridades moçambicanas de saúde prevêem abranger 36% da população feminina, mas no primeiro semestre apenas foi atingida a cifra de 13%.
O objectivo é que até 2020 recorram a contraceptivos 35% das moçambicanas em idade fértil, mas a pobreza, os casamentos prematuros e gravideses precoces, bem como as dificuldades no acesso a postos de saúde, insuficientes no país, são problemas reconhecidos pelas autoridades sanitárias de Moçambique.
Para prevenir gravideses indesejadas e promover o planeamento familiar Moçambique vai nos próximos quatro anos distribuir contraceptivos em todas as escolas secundárias do país, pretendendo até 2021 abranger entre 90 e 100% das mesmas.
Em Angola 16% das mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos utilizam métodos contraceptivos, 35% das jovens com idades entre os 15 e os 19 anos já esteve grávida e no meio rural onde apenas 2,4% das angolanas utilizam métodos anticoncepcionais, a vida reprodutiva das raparigas começa muito mais cedo do que nas zonas urbanas.
Nos países mais ricos a taxa de utilização de métodos contraceptivos é superior a 70%.
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