Índia inicia censo de 1,2 bi de habitantes

A Índia começa o censo de sua população. A tarefa gigantesca mobiliza 2,5 milhões de funcionários. Pela primeira vez, serão coletados os dados biométricos e, cada indiano, receberá uma carteira de identidade. O censo e a coleta de dados biométricos levarão 11 meses e custará 1,25 bilhão de dólares (2,16 bilhões de reais).  

Recenseador inicia coleta de dados da população em Hatkhuwapara, nordeste da Índia. Reuters

Mais de 2 milhões e meio de funcionários mobilizados, um ano de trabalho, cerca de 1,2 bilhão de pessoas para entrevistar.

Os recenseadores terão que visitar todas as casas do país, entrar em territórios de rebeldes maoístas, de grupos separatistas e enfrentar as diferenças de língua. O recenseamento demográfico do segundo país mais povoado do mundo é um trabalho de titã, que, Nova Délhi, organiza a cada década.

Mas, neste ano, o desafio é ainda maior: pela primeira vez, dados biométricos serão coletados. Cada cidadão será fotografado, terá a pupila escaneada e as impressões digitais dos dedos das mãos e dos pés registradas. O governo teve que formar milhões de funcionários para utilizar aparelhos ultramodernos. Para se ter uma ideia das dificuldades, muitos recenseadores nunca tinham trabalhado nem com computador.

Mas daqui a um ano, Nova Délhi espera ter uma base biométrica de dados duas vezes maior que o recorde atual detido pelo FBI americano.

Com essas informações, o governo indiano dará a cada cidadão uma carteira de identidade - como existem há anos na França ou no Brasil, mas não ainda na Índia.

Com um documento único para cada cidadão, Nova Délhi espera lutar contra a imigração ilegal, os ataques terroristas e a fraude fiscal. Estudos atuais mostram que só 5% da população indiana paga imposto de renda. Essa é uma porcentagem que o governo quer aumentar a todo custo.