França está armando os rebeldes da Líbia, revela o jornal Le Figaro
O jornal francês Le Figaro revela nesta quarta-feira que a França está armando os rebeldes na Líbia, mesmo sem autorização explícita da ONU. Com a ajuda francesa, os insurgentes se preparam para a batalha final nas ruas da capital Trípoli contra as forças fiéis ao ditador Muammar Kadafi.
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A reportagem exclusiva do Le Figaro afirma que, graças ao fornecimento de armas pela França, os insurgentes líbios conseguiram assumir o controle de uma extensa área na fronteira com a Tunísia e estão a 60 quilômetros ao sul da capital Trípoli.
O jornal teve acesso a informações de um dossiê secreto passadas por um funcionário de alto escalão do governo, que não se identificou. Ele explicou que os armamentos, incluindo mísseis, fuzis, metralhadoras, lançadores de foguetes e munições, são enviados por pára-quedas lançados de helicópteros.
A França, junto com o Reino Unido, lidera a intervenção militar da Otan na Líbia desde o fim de março e tem o apoio dos Estados Unidos e de outros paises. A resolução 1973 da ONU não prevê explicitamente o fornecimento de armas aos rebeldes, mas autoriza toda medida necessária para proteger os civis. Depois de várias semanas de impasse diplomático e militar, a França decidiu sozinha armar os insurgentes, pois, segundo a fonte do Le Figaro, "não havia outra maneira de proceder". Com a resistência de Muammar Kadafi para deixar o poder, "era preciso um empurrãozinho para desbloquear a situação", diz o jornal.
O confronto mais difícil se aproxima. "Se os insurgentes conseguirem chegar na capital, a queda de Kadafi é muito provável. Os mercenários do regime já não são mais pagos, falta combustível e a população não aguenta mais", diz o alto funcionário.
Até o início da tarde, o Palácio do Eliseu não desmentiu as informações publicadas pelo Le Figaro.
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