Obama qualifica Coreia do Norte de "Estado pária e fraco"
Em seu último dia de visita à Coreia do Sul, o presidente americano, Barack Obama, qualificou neste sábado (26) a Coreia do Norte de "Estado pária e fraco" cuja fronteira fortemente militarizada com o sul "marca o limite da liberdade". A declaração foi feita durante visita a tropas americanas de uma base militar em Seul.
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Obama disse que a insistência da Coreia do Norte em prosseguir com seu programa nuclear apenas levará "mais isolamento" ao país e Pyongyang "não ganhará nada fazendo ameaças". O que define a diferença entre os dois países, segundo Obama, é uma fratura entre "a democracia que cresce [referindo-se à Coreia do Sul] e um Estado pária que esfomeará seu povo, em vez de nutrir suas esperanças e sonhos", disse o presidente americano.
Ontem, Obama disse que poderia adotar sanções ainda mais duras contra a Coreia do Norte, caso o país prossiga com seus testes nucleares. Imagens obtidas por satélites mostram um aumento das atividades em Punggye-ri, onde o regime norte-coreano realiza seus testes nucleares, e que estariam vinculadas "provavelmente à preparação de uma nova detonação" atômica, revelou na quinta-feira o instituto EUA-Coreia do Sul da Universidade John Hopkins.
Nesta semana, Seul já havia apontado ter detectado, neste mesmo local, sinais de preparação para um teste nuclear, o que poderia ocorrer durante a atual visita de Obama à região.
Obama deixou a Coreia do Sul neste sábado e seguiu para a Malásia, terceira etapa de seu giro asiático.
Líder norte-coreano fala em 'conflito iminente'
O líder máximo da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, advertiu aos seus soldados que se preparem para um "conflito iminente com os Estados Unidos". A informação foi divulgada pelos meios de comunicação oficiais de Pyongyang depois da propagação da notícia do eventual quarto teste nuclear.
Ontem, a agência oficial norte-coreana KCNA informou igualmente que mais um cidadão americano foi detido e está em poder do regime. O americano, identificado como Miller Matthew Todd, de 24 anos, foi detido no dia 10 de abril "por seu comportamento impetuoso durante as formalidades de entrada" na Coreia do Norte. Ele aguarda o resultado de uma "investigação".
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, confirmou a detenção de Miller, mas não forneceu mais detalhes. A Suécia, que representa os interesses americanos em Pyongyang, acompanha o caso, já que Estados Unidos e Coreia do Norte romperam relações diplomáticas.
Pyongyang tem em seu poder outro cidadão americano, Kenneth Bae, descrito por um tribunal norte-coreano como um ativista cristão evangélico. Bae foi preso em novembro de 2012, acusado de tentativa de deposição do governo norte-coreano, e foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados.
Segundo a KCNA, Miller tinha em sua chegada um visto de turismo, mas o rasgou e gritou que pedirá asilo na Coreia do Norte e que chegou ao país "depois de tê-lo escolhido como refúgio".
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