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Panama Papers

Grã-Bretanha acelera luta contra evasão fiscal

Colocado em dificuldade depois de ter que reconhecer na quinta-feira que até 2010 tinha detido uma participação no fundo offshore criado pelo pai cuja existência foi revelada no quadro do escândalo dos "Panama Papers", o chefe do governo britânico David Cameron decidiu tomar medidas para restabelecer a confiança no seu executivo, ao apresentar hoje perante o parlamento um pacote de medidas visando a lutar mais eficazmente contra a evasão fiscal.

Primeiro-Ministro britânico, David Cameron.
Primeiro-Ministro britânico, David Cameron. REUTERS
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Este conjunto de medidas que prevê punir criminalmente empresas cujos empregados facilitem ou aconselhem clientes sobre formas de praticarem a evasão fiscal tinham sido já anunciadas em 2015 mas a sua aplicação estava prevista para o horizonte 2020. Contudo, perante os danos causados pelos "Panama Papers", o Primeiro-Ministro britânico anunciou que esta nova legislação será introduzida ainda este ano.

Outrora avesso ao endurecimento das políticas de combate à evasão fiscal, tendo-se no passado oposto a políticas europeias neste sentido, protegendo deste modo os paraísos fiscais que fazem parte da coroa britânica, o Primeiro-Ministro esteve nos últimos dias a tentar estancar a controvérsia. Às acusações de hipocrisia por publicamente criticar o uso de paraísos fiscais quando o próprio pai o fazia, Cameron rebateu, dizendo que o fundo de investimento que o pai geria era público e legal, e que as alegações de irregularidades são “falsas e ofensivas”.

Entretanto, para além dos seus desmentidos, o chefe do governo britânico também tornou públicas no Sábado as suas declarações de impostos dos últimos seis anos, desde que chegou à chefia do governo, o seu ministro das finanças, Georges Osborne, tendo tomado a mesma iniciativa hoje. Também este fim-de-semana, Cameron anunciou a criação de um "grupo de trabalho" reunindo peritos em luta contra branqueamento de fundos e evasão fiscal, no intuito de investigar sobre as revelações dos "Panama Papers".

Apesar disso, embora não peça abertamente a demissão do chefe do executivo, o chefe dos trabalhistas na oposição, Jeremy Corbyn, considerou que "o Primeiro-Ministro perdeu a confiança dos britânicos". Mais pormenores com Bruno Manteigas.

01:12

Bruno Manteigas, correspondente da RFI em Londres

 

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