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Política/Turquia

Turquia: prossegue repressão aos jornalistas

Um tribunal de Istambul ordenou no sábado a prisão de nove jornalistas do Cumhuriyet, jornal turco ligados aos círculos da oposição. A detenção dos jornalistas confirma o crescendo da repressão por parte do regime de Ancara, um dia depois de terem sido apreendidos também nove deputados do HDP( Partido Popular Democrático), próximo da oposição pró-curda. Esta vaga de prisões têm sido efectuada no âmbito do estado de emergência decretado pelo governo turco, após a tentativa de golpe de Estado abortada em 15 de Julho,realizada por um sector das forças armadas turcas.

O  Presidente turco Recep Tayyp Erdogan. 12 de Outubro de 2016
O Presidente turco Recep Tayyp Erdogan. 12 de Outubro de 2016 REUTERS/Murad Sezer
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A detenção dos nove jornalistas do Cumhuryiet aumenta a inquietação da comunidade internacional, perante o recurso às medidas decretadas no estado de emergência, com o objectivo de deter os indivíduos que criticam o Presidente Recepe Tayyip Erdogan. Na passada segunda-feira foram igualmente detidos quatro membros do quadro editorial do Cumhuryiet( que em turco significa República). Segundo observadores, entre os 13 detidos do citado diário, estão algumas figuras proeminentes do jornalistmo turco, como o chefe de redacção, Murat Sabuncu, o caricaturista Musa Kart e o influente cronista Kadri Gursel, declaradamente anti-Recep Tayyip Erdogan. As últimas notícias apontam contudo para a libertação dos cronistas Hikmet Cetinkaya e Aydin Engin sob controlo judicial, por razões de saúde e idade avançada.

 Todos os suspeitos foram indiciados por alegadamente manter contactos com o PKK(Partido dos Trabalhadores do Curdistão), bem como com o movimento do pregador Fetullah Gulen, residente nos Estados Unidos e acusado pelo governo turco de estar na origem do abortado golpe de Estado de 15 de Julho. Nenhuma data foi marcada para o julgamento dos jornalistas, assim como para os co-líderes do HDP(Partido Popular Democrático), Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag presos na sexta-feira. Há vários meses que as relações entre o governo de Ancara e o jornal Cumhuriyet se têm deteriorado. O Presidente Erdogan e o AKP( Partido da Justiça e Desenvolvimento) no poder, acusam o reputado diário de propagar inverdades.

A escalada da tensão registada nos últimos dias, resultou igualmente em críticas acerbas ao governo turco, por este ter decidido a utilização limitada das redes sociais.

 

 

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