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Azerbaijão/Arménia/defesa

Confrontos entre Azerbaijão e Arménia podem relançar velho conflito?

Novos confrontos tiveram lugar, na quinta-feira, na fronteira norte entre o  Azerbaijão e a Arménia, depois de um dia de acalmia, enterrando as esperanças de um  fim rápido da repentina disputa entre os dois países asiáticos.As ex-repúblicas soviéticas não conseguiram até a data chegar a um consenso, no que diz respeito à litigiosa região fronteiriça do Nagorny Karabach. 

Mapa do Azerbaijão e da Arménia com a locaizaçãoda província  arménia de Tavush,onde ocorreram os confrontos fronteiriços entre militares azeris e arménios.
Mapa do Azerbaijão e da Arménia com a locaizaçãoda província arménia de Tavush,onde ocorreram os confrontos fronteiriços entre militares azeris e arménios. AFP
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O Azerbaijão informou que, na sequência destes novos confrontos com a Arménia, registou a morte de mais um militar, o que aumenta para um total de 17, o número de mortos de ambos os lados desde que recomeçaram, domingo, as hostilidades entre os dois países arqui-inimigos.

As duas repúblicas ex-soviéticas têm estado envolvidas desde há décadas num conflito sobre o  Nagorny Karabach, região azeri separatista situada no sudoeste da fronteira com a Arménia, que foi ocupada por  azeris de origem étnica arménia, ao cabo de uma  guerra, nos anos noventa, que resultou pelo menos em 30.000 mortos.

Contrariamente ao passado, estes  últimos confrontos entre os militares do Azerbaijão e  da  Arménia ocorreram  à  centenas de quilómetros do Karabach, nas regiões setentrionais  de Tovuz  e Tavush, respectivamente  azeri  e  arménia.

Os ministérios da Defesa de ambos os países informaram, que bombardeamentos tiveram lugar nas primeiras horas da manhã de quinta-feira,  imputando-se mutuamente a  responsabilidade dos confrontos.

A porta-voz do Ministério da Defesa da Arménia, Sushan Stepanyan, acusou as forças azeris de bombardearem aldeias arménias, da região de Tavush, com  morteiros e obuses.

Por seu lado o Ministério azeri da Defesa, em Bacu, responsabilizou os militares arménios pelo recomeço das hostilidades, sublinhando através de um comunidado, que  os confrontos ocorreram no norte, depois de os arménios terem bombardeado localidades  azeris com armas pesadas.

As autoridades do Azerbaijão ameaçaram atacar uma central nuclear da Arménia, se Yerevan bombardear  instalações estratégicas azeris.

De acordo com as autoridades dos dois países, nos três primeiros dias de confrontos morreram onze militares azeris e um civil, bem como quatro soldados arménios.

A Rússia, os Estados Unidos e a União Europeia  lançaram apelos à desescalada. A Turquia também reagiu a favor do Azerbaijão, seu aliado na região do Cáucaso.

Olesya Vartanyan, uma analista regional para o International Crisis Group, em declarações à agência de notícias France Presse, considerou que em caso de uma maior confrontação, potências regionais como a Rússia e a Turquia poderiam envolver-se no diferendo, entre o Azerbaijão e a Arménia.

Todavia Vartanyan excluiu a hipótese de uma escalada da crise, devido ao facto de ambos contendores não terem reivindicações no que toca à fronteira setentrional, nem os confrontos  ocorrerem no Nagorny Karabach;

As negociações para a resolução do conflito do Nagorny Karabach, tido como uma das guerras mais terríveis depois do colapso da União Soviética em 1991, permanecem no impasse desde o acordo de cessar-fogo de 1994.

A França, a Rússia e os Estados Unidos implementaram várias iniciativas no âmbito do Grupo de Minsk, de forma que fosse concluído um acordo de paz entre o Azerbaijão e a Arménia, mas a última tentativa fracassou em 2010.

As autoridades azeris, que reforçaram a capacidade militar do país nas últimas décadas, reiteraram a sua determinação em retomar o Nagorny Karabach pela força.

A Arménia reafirmou a sua vontade de defender o território, que proclamou a  independência, mas depende fortemente do governo de Yerevan.  

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Tensão ao rubro entre a Arménia e o Azerbaijão

       

     

    

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