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Bielorrúsia: "Lukashenko falsificou os resultados"

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A Comissão Eleitoral da Bielorrússia confirmou hoje a vitória de Aleksander Lukashenko, com 80% dos votos, nas eleições presidenciais deste domingo. A adversária, Svetlana Tikhanouskaia, ficou-se pelos 9,9%. Um resultado que não é reconhecido pela oposição, que pede a recontagem dos votos e afirma que tem a maioria do país do seu lado.

Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia.
Aleksandr Lukashenko, Presidente da Bielorrússia. BELTA/AFP
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Ontem, milhares de bielorrussos saíram à rua para contestarem os resultados. Em resposta as forças de ordem lançaram gás lacrimogéneo e balas de borracha contra os manifestantes. Três pessoas perderam a vida, há dezenas de feridos e 3.000 foram detidos.

Katerina Droja, jornalista bielorrussa, a residir em Lisboa, afirma que de acordo com os dados recolhidos pelas plataformas independentes, Aleksander Lukashenko falsificou os resultados de uma eleição que foi ganha por Svetlana Tikhanouskaia.

"Claramente, desta vez, Lukashenko falsificou os resultados das eleições, ganhando com 80% dos votos, o que é mentira. De acordo com uma plataforma independente, criada há um mês, que incitava as pessoas a fotografar e a enviar o boletim de voto (...) Tikhanouskaia ganhou a eleição com mais de 70%", disse.

A União Europeia reclamou esta segunda-feira a contagem "precisa dos votos" nas eleições presidenciais de domingo e condenou "a violência estatal e desproporcional". Katerina Droja lembra que, desde 2015, Luckashenko tem vindo a melhor as relações com a União Europeia, porém diz que é fundamental que novas sanções sejam impostas, para se evitar o pior.

"Tenho medo que cheguemos ao que se viveu na ex-Jugoslávia, onde só se reagiu depois de mais de 5 mil pessoas terem perdido a vida. Nós estamos a falar de um povo inteiro a tentar enfrentar um regime brutal que perdeu consciência e todos os princípios de humanidade", sublinha.

No poder há 26 anos, depois de ter alterado a constituição para se perpetuar no poder, Lukashenko enfrentou pela primeira vez nestas eleições uma oposição unida. De acordo com a imprensa internacional, os comícios de Svetetana Tihkanosekavia foram descritos como os maiores desde o colapso da União Soviética.

Katerina Droja reconhece que "se abriu a caixa de Pandora. Apesar do medo as pessoas vão continuar a manifestar-se". 

A jornalista bielorrussa vai organizar, na próxima quarta-feira, uma marcha para denunciar a situação que se está a viver no país.

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