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Hong Kong/Prisão activistas

Hong Kong: Joshua Wong, Ivan Cham e Agnes Chow em prisão preventiva

Três jovens activistas pró-democracia, foram nesta segunda-feira, 23 de Novembro colocados em prisão preventiva, após se terem declarado culpados de organização e incitação a reunião ilegal, no quadro da manifestação frente à esquadra central da polícia de Hong Kong a 21 de Junho de 2019, para denunciar a repressão e a crescente influência da China na região semi-autónoma de Hong Kong.

Joshua Wong, Ivan Lam et Agnes Chow à leur arrivée au tribunal à Hong Kong, le 23 novembre 2020.
Joshua Wong, Ivan Lam et Agnes Chow à leur arrivée au tribunal à Hong Kong, le 23 novembre 2020. REUTERS - TYRONE SIU
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Joshua Wong de 24 anos de idade, o rosto mais popular da oposição pró-democracia em Hong Kong desde o movimento dos guarda-chuvas amarelos em 2014 e dois outros jovens activistasIvan Cham  de 26 anos e Agnes Chow de 23, foram convocados a tribunal nesta segunda-feira, 23 de Novembro, para responder a acusações de "organização e participação" na manifestação de 21 de Junho de 2019, dez dias depois do início da vaga de contestações em Hong Kong, fortemente reprimida, para exigir investigação independente à violência das forças de segurança.

Os três declararam-se culpados, o que desde logo implica uma diminuição das penas : Joshua Wong de "incitar e organizar uma reunião ilegal", Ivan Lam de a "incitar" e Agnes Chow de "incitar e participar na manifestação", delitos passíveis de penas até três anos de prisão. 

A sentença deve ser pronunciada a 2 de Dezembro.

Culpados: decisão estratégica

Os três activistas afirmam que admitir a culpa além da diminuição da pena significa dizer assumo o que fiz, é uma questão de símbolo e uma postura política coerente com os ideais de desobediência civil defendidos pelo movimento democrático de oposição a Pequim e uma mensagem clara ao mundo inteiro, afirmando que nos batemos pelas liberdades em Hong Kong e estamos dispostos a pagar o preço da nossa acção perante a justiça.

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Joshua Wong, Ivan Cham e Agnes Chow "culpados"

Joshua Wong que nas últimas três semanas denunciou a detenção de 23 activistas, jornalistas e conselheiros, declarou após a sentença "talvez as autoridades esperem que eu fique na prisão, sentença após sentença, mas estou convencido que nem as penas de prisão, nem a proibição de me apresentar às eleições, nem qualquer outra medida arbitrária, nos impedirão de militar. Com o nosso envolvimento explicamos ao mundo o que vale a liberdade, estamos dispostos a sacrificar a nossa própria liberdade pela nossa causa. Este caso despertará a atenção do mundo inteiro, sobre  um sistema que se tornou arbitrário e criminoso, um sistema cuja imparcialidade foi erradicada por Pequim".

Joshua Wong, declarou-se no entanto "não culpado" em relação à acusação de ter conscientemente participado numa manifestação ilegal e a acusação não conseguiu provar que ele esteve de facto presente frente à sede da polícia a 21 de Junho de 2019.

Outro aspecto importante é que no contexto actual, ser condenado pelos tribuniais de Hong Kong sob a lei do território, o que é o caso, é quase uma garantia de "justiça" face ao risco de de serem condenados à luz da nova lei de segurança nacional, imposta a 30 de Junho pela China, segundo a qual as penas para este tipo de delitos podem ir até à prisão perpétua.

Joshua Wong que em 2019 viu invalidadas as suas candidaturas às eleições locais e legislativas, é alvo de vários processos judicais..

Além do seu envolvimento no movimento de protesto em 2019, ele é também processado pela sua participação, em Junho, na tradicional vigília anual de recordação da repressão na Praça Tiananmen em Pequim em 1989, um evento que foi proibido pela primeira vez em Hong Kong, oficialmente devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

 

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