Amnistia Internacional denuncia crimes de guerra da Rússia em Mariupol

A Amnistia Internacional denunciou hoje em relatório crimes de guerra cometidos pela Rússia em Março aquando do bombardeamento do teatro de Mariupol, no sul da Ucrânia. A organização não governamental apela a que o Tribunal penal internacional, nomeadamente, investigue o bombardeamento ao recinto onde estavam refugiados muitos civis.

Vista geral dos restos do Teatro de Mariupool, no sul da Ucrânia, a 18 de Março de 2022. Azov Handout via REUTERS - Azov Handout

Centenas de civis tinham procurado refúgio dentro do Teatro de Mariupol, em plena acção militar russa contra a cidade no sul da Ucrânia, a 16 de Março, quando o edifício foi bombardeado.

A Amnistia Internacional levou a cabo uma investigação desde o dia do ocorrido, até 21 de Junho, com testemunhos de dezenas de sobreviventes, mas também provas digitais, imagens de satélite ou plantas de arquitectura do edifício.

Bruna Coelho é gestora editorial desta ong em Portugal, ela pormenoriza a forma como a investigação foi levada a cabo e pede a responsabilização da Rússia pelo ocorrido junto do Tribunal penal internacional e todos os órgãos com jurisdição sobre os crimes cometidos durante o conflito.

"Conseguimos investigar e concluir que se tratava de um ataque deliberado e indiscriminado, e que constituía um crime de guerra, portanto. dirigido a um alvo e a uma infra-estrutura civil. Já que o teatro estava a servir de posto de distribuição de medicamentos, de comida e água e era reconhecido e, claramente, reconhecível como uma infra-estrutura civil. Também pelos sinais que tinha no seu exterior, nomeadamente a palavra "crianças" que estava escrita no chão e que era visível mesmo de algum avião que sobrevoasse a área e que indicava, claramente, que existiam pessoas no edifício e crianças."

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Bruna Coelho, gestora editorial da Amnistia Internacional Portugal, 30/6/2022