Repressão violenta dos manifestantes antigovernamentais no Sri-Lanka
Centenas de soldados e agentes policiais desmantelaram violentamente hoje as barricadas e acampamentos de manifestantes antigovernamentais que estavam instalados há três meses junto do palácio da presidência em Colombo, a capital, pouco antes da tomada de posse do novo primeiro-ministro. Uma situação que suscita a preocupação a nível internacional.
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Pouco depois da tomada de posse ontem do novo Presidente Raniel Wickremesinghe, as forças de segurança desalojaram os manifestantes com armas automáticas, desmantelaram as barricadas e cercaram o complexo do secretariado presidencial que tinha sido invadido por milhares de manifestantes há duas semanas, aquando da queda do anterior chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa.
De acordo com testemunhas locais, esta operação foi marcada por detenções e agressões, nomeadamente contra jornalistas que estavam a tentar cobrir o acontecimento.
Estas violências não deixaram de suscitar a preocupação nomeadamente por parte da delegação local da União Europeia que recordou que a "a liberdade de expressão é essencial". No mesmo sentido, a embaixadora americana em Colombo, Julie Chung, deu conta da sua "profunda preocupação" e apelou as autoridades à "contenção". Por sua vez, a Amnistia Internacional exortou as autoridades a respeitar a dissidência e condenou o recurso à força nomeadamente contra os jornalistas.
Isto sucedeu poucas horas antes de o novo Presidente que deve permanecer no poder até ao final do mandato do seu antecessor, em 2024, nomear o novo chefe do governo. Dinesh Gunawardena, seu amigo de infância, tomou posse hoje como Primeiro-ministro.
Enquanto o primeiro é apóstolo do liberalismo e pró-ocidental, o segundo é tendencialmente socialista. Uma equipa que herda de um país em ruptura económica, com penúrias de alimentos, electricidade e de combustíveis. Um assunto que o novo Presidente, que conservou o pelouro das finanças, pretende resolver com o FMI, na expectativa de sanar progressivamente a economia do país minado por uma dívida gigante de 51 mil milhões de Dólares.
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