ONU diz que Daesh usou armas químicas no Iraque
Especialistas das Nações Unidas reuniram provas da utilização de armas químicas pelo autoproclamado Estado Islâmico no Iraque, entre 2014 e 2019. O relatório foi apresentado, esta segunda-feira, no Conselho de Segurança da ONU.
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A equipa de investigadores da ONU encarregue de investigar os crimes do Daesh afirma ter “provas testemunhais, digitais e documentais” de que o grupo usou armas químicas no Iraque entre 2014 e 2019.
Os especialistas denunciam que o autoproclamado Estado Islâmico "fabricou e produziu rockets e morteiros químicos, munições químicas para lança-rockets, ogivas de mísseis químicas e engenhos explosivos improvisados".
A investigação concluiu, por exemplo, que no ataque perpetrado contra a localidade de Taza Khormatu, a 8 de Março de 2016, há "uma quantidade significativa de provas", entre as quais "provas de indemnização de famílias pelo martírio dos seus membros mortos enquanto manipulavam armas químicas (...) e registos da formação dada (...) a agentes de topo sobre a utilização de substâncias químicas como armas, em particular dispositivos de dispersão química".
Entre os produtos utilizados nesse ataque, estavam "fosforeto de alumínio, cloro, a bactéria Clostridium Botulinum, cianeto, nicotina, ricina e sulfato de tálio". Por isso, há "problemas médicos de que actualmente sofrem os habitantes de Taza Khormatu”, como doenças crónicas, vários tipos de cancro e distúrbios reprodutivos.
O documento denunciou, ainda, outros crimes graves, como violência sexual em massa, perseguição da comunidade cristã do Iraque e de outras comunidades e a destruição do património cultural e religioso do país.
Além disso, o relatório aponta "uma estreita associação" entre os dirigentes do Daesh "e determinadas empresas de serviços financeiros, que se tornaram cúmplices de sistemas de extorsão de dinheiro à população local, assegurando a gestão e a transferência da riqueza saqueada".
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